Por Rany Veloso
Apenas três deputados federais do Piauí não votaram o projeto que altera a lei das estatais e diminui o tempo de quarentena, de três anos para 30 dias, para que pessoas ligadas a partidos políticas e campanhas eleitorais assumam a presidência de empresas públicas e diretoria de agências reguladoras. Coincidência ou não o projeto foi aprovado após a indicação de Lula ao BNDES. Aloizio Mercadante estaria impedido de assumir o cargo.
A relatora do projeto de lei foi a deputada também do Piauí, Margarete Coelho (PP), mas o voto dela não foi registrado, assim como o de Iracema Portella (PP) e Júlio César (PSD). Todos os outros sete parlamentares votaram a favor.
Nos bastidores do Congresso, dizem que a ligação de Margarete com Lira a fez garantir as mudanças, que também eram de interesse do centrão, que também querem indicar cargos nestes órgãos. A deputada não foi reeleita, mas irá assumir um cargo de diretoria no Sebrae nacional.
VEJA A VOTAÇÃO DA BANCADA DO PIAUÍ:
MUDANÇAS FORAM APRESENTADAS PELA RELATORA NA NOITE DE ONTEM E PROJETO FOI À VOTAÇÃO ÀS 22H30
Apesar do relatório de urgência de votação do PL 2896/ 2022 ter sido apresentado na semana passada, só na noite de ontem é que as mudanças que tratavam sobre as indicações às presidências e diretorias de empresas públicas foram apresentadas em emendas pela relatora Margarete Coelho, aliada de primeira hora de Lira. A ideia inicial do projeto era apenas aumentar a porcentagem de gastos de publicidade das empresas públicas.
Foram 314 votos favoráveis contra 66. A votação foi vista por muitos como "a toque de caixa". Se for aprovada no Senado como na Câmara, os indicados ligados a políticos para o comando de empresas estatais, não vão precisar ficar três anos de quarentena. O novo prazo alterado por Margarete cai para apenas 30 dias. Isso beneficia os que participaram de campanhas políticas ou comando de partidos.
Somente três partidos orientaram voto "não" (Novo, PSDB e Cidadania).