Por Rany Veloso
Um dia depois de Bolsonaro sancionar a lei que autoriza a compra de vacinas por estados, municípios e empresas privadas, a expectativa em Brasília era para a assinatura do contrato com a farmacêutica Pfizer. Desde a semana passada o governo havia anunciado a negociação de 100 milhões de doses até dezembro e o que estava faltando era justamente essa lei dando garantia à farmacêutica de que não será responsabilizada por efeitos adversos do imunizante, caso venham a ocorrer.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), chegou a confirmar que o governo fecharia o contrato nesta quinta-feira (11), mas até agora não há informações sobre. Nesta semana, os presidentes da Câmara e Senado pediram ao Ministério da Saúde o real cronograma de vacinação em 24 horas.
A pasta, por sua vez, informou que 400 milhões de doses serão adquiridas neste ano pelo Plano Nacional de Imunização. Dessas, as que o governo tem contrato firmado até com o momento são 130 milhões de doses da Sinovac/ Butantan e mais 224 milhões da Astrazeneca/ FioCruz neste ano.
Após o discurso de Lula que recuperou seus direitos eleitorais nesta semana e pode disputar nas urnas com Bolsonaro em 2022, o presidente mudou o discurso e o comportamento ao menos na cerimônia de sanção dos projetos de ontem. Com máscara, Bolsonaro incentivou a vacinação no país.
O ministro da Saúde não ficou atrás e gravou um vídeo afirmando que o sistema de saúde do Brasil não colapsou e nem vai colapsar, mas que está "impactado". Porém, neste momento apenas duas capitais têm ocupação de leitos menor que 80%.
O que se fala nos bastidores é que Pazuello tem noção da gravidade do problema, é tanto que o Ministério fez previsão de 3 mil mortes por dia na semana passada, mas o general fez o vídeo para agradar o Palácio do Planalto e mostrar as ações do governo federal.
A dúvida até o momento é quantas doses irão chegar neste mês ao Brasil. Isso porque Pazuello, havia mencionado de 22 a 25 milhões de doses distribuídas em março, mas no vídeo falou em cerca de 46 milhões.