Bancada do Ceará se reúne e acirra briga por terra: “Nem 1 metro pro Piauí”

Cerca de 25 mil cearenses “podem se tornar” piauienses, caso o Supremo dê ganho de causa ao Piauí.

Na última quarta-feira, 26 de abril, a bancada federal do Ceará se reuniu no Congresso Nacional em Brasília para fortalecer a ofensiva contra a anexação de terras ao Piauí, no processo de litígio que tramita no Supremo Tribunal Federal e impactaria 13 municípios do Estado. 

De acordo com o coordenador do grupo, o deputado federal Eduardo Bismarck (PDT), o objetivo do encontro versou sobre o imbróglio, que envolve especialmente a Serra da Ibiapaba. Cerca de 25 mil cearenses “podem se tornar” piauienses, caso a instância máxima da Justiça nacional dê ganho de causa ao Piauí, a perícia preliminar do Exército fortaleceu essa possibilidade. A relatoria é da ministra Cármen Lúcia.

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Uma das ofensivas do Ceará congrega uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), apresentada por Bismarck, que tem como meta dar a garantia de que todas as faixas em disputas de território no mapa brasileiro, ainda não resolvidas, sejam definidas conforme critério histórico de ocupação e de pertencimento local.

O líder da bancada cearense convidou todos os deputados eleitos pelo Estado a serem coautores da medida. “Fiz um convite para todos os deputados cearenses para que se tornassem co-autores da PEC, para que sejam autores tanto quanto eu da PEC”, disse o coordenador da bancada cearense durante a reunião.

Na reunião, uma das parlamentares com o discurso mais duro foi Fernanda Pessoa (União Brasil). De acordo com ela, o interesse do Piauí não está em anexar as terras cearenses ao seu território, mas unicamente no potencial econômico que elas trariam consigo. Ela pediu união entre os cearenses “Para que a gente não perca um metro para o Piauí”.

Uma das maiores riquezas que temos na Serra da Ibiapaba é questão da energia eólica. E esse recurso que eles estão querendo. Eles não querem a terra em si não, eles querem o investimento”, cravou. 

Por sua vez, o deputado e presidente da Fecomércio-CE, Luiz Gastão (PSD), concordou que a ação do STF deve considerar a opinião dos moradores. “E todas as cidades vão querer permanecer no Ceará e continuar fazendo parte do Estado. Então mais importante do que tudo pra gente são as pessoas. Eu acho que se a gente tiver que discutir alguma coisa, temos primeiro que discutir com o povo que mora nesses municípios”, pontuou Gastão.

O diálogo da bancada do Ceará ainda teve a participação de vereadores, prefeitos e outras autoridades. Também esteve presente o vice-prefeito de Fortaleza, Élcio Batista (PSDB).

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