Sob uma intensa discussão entre o Ministério de Minas e Energia, o Ibama, o Ministério do Meio Ambiente e a sociedade civil, a exploração de petróleo e gás na Margem Equatorial se apresenta como uma das grandes oportunidades econômicas para o Piauí e outros estados do Norte e Nordeste do Brasil. Essa região, que se estende do Rio Grande do Norte ao Amapá, abriga uma reserva estimada em 16 bilhões de barris de petróleo, tornando-se estratégica para a expansão da produção nacional.
“O futuro energético do Brasil tem uma excelente oportunidade de dar um salto de produção na exploração petrolífera e de gás. Isso pode diminuir a dependência de importações e impulsionar a economia do país”, destaca Carlos Logulo, responsável pelo Oil & Gas Summit.
Impacto econômico e geração de empregos
De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a exploração da Margem Equatorial pode resultar em um crescimento de 21,5% no PIB do Piauí, o que equivale a um acréscimo de R$ 10,7 bilhões. Além disso, a previsão é que mais de 52 mil novos postos de trabalho sejam criados no estado, beneficiando setores como construção civil, logística e serviços especializados.
“A atividade exploratória petrolífera demanda mão de obra em diversas áreas, como construção civil, logística e serviços especializados. Isso impulsiona o mercado de trabalho, gera renda e oportunidades. Sem contar que a exploração de petróleo atrai investimentos em portos, aeroportos, estradas e redes de comunicação, ampliando os ganhos para a população”, afirma Logulo.
Descobertas e investimentos
Os primeiros levantamentos na Margem Equatorial foram realizados nas bacias da Foz do Amazonas e do Amapá, assim como na Bacia Potiguar, onde já foram encontrados indícios promissores de petróleo. Em 2024, a Petrobras confirmou uma grande reserva no poço Anhangá, localizado entre o Ceará e o Rio Grande do Norte. A estatal brasileira anunciou um investimento de US$ 3,8 bilhões nos próximos anos para avançar na exploração da região.
Oportunidade estratégica para o Brasil
Países vizinhos, como a Guiana e o Suriname, têm registrado avanços significativos na exploração da Margem Equatorial. Nos últimos dez anos, a Guiana adicionou 11 bilhões de barris às suas reservas, enquanto o Suriname acumula aproximadamente 4 bilhões de barris. Para Carlos Logulo, essa realidade demonstra a importância de o Brasil não desperdiçar essa oportunidade.
Esses montantes ultrapassam as reservas brasileiras, de 14,8 bilhões de barris. Por isso, o Brasil não pode perder a oportunidade de investir na Margem Equatorial”, reforça Logulo. Ele ainda alerta: “Somente com os projetos petrolíferos em implantação, a produção nacional vai entrar em declínio a partir de 2032 e o país pode voltar a ser importador líquido de petróleo na década de 2040.