Dados revelam desigualdade salarial entre homens e mulheres no Piauí; veja os valores!

O relatório, apresentado em 18 de setembro, também destaca que, entre as 342 empresas piauienses que participaram do levantamento, foram contabilizados 105,3 mil empregados.

As mulheres no Piauí recebem, em média, 12,6% menos que os homens, segundo o 2º Relatório de Transparência Salarial, elaborado pelos Ministérios do Trabalho e Emprego (MTE) e das Mulheres. No estado, a média salarial dos homens é de R$ 2.701,97, enquanto a das mulheres é de R$ 2.360,27. Esses dados são fruto de informações fornecidas por empresas com mais de 100 funcionários, como previsto na Lei nº 14.611/2023, que exige transparência salarial com recortes de gênero.

A legislação estabelece que homens e mulheres devem receber remuneração igual para funções idênticas ou de valor equivalente, levando em conta a produtividade e eficiência. No entanto, no Piauí, essa equiparação salarial ainda é distante. Nos cargos de gerência e direção, a diferença salarial chega a 22,3%.

Leia Mais

Mulheres recebem quase 13% que os homens no estado do Piauí (Foto: Tãnia Rego/Agência Brasil) 

O relatório, apresentado em 18 de setembro, também destaca que, entre as 342 empresas piauienses que participaram do levantamento, foram contabilizados 105,3 mil empregados. O primeiro relatório, divulgado em março, apontava que as mulheres recebiam 6,3% a menos que os homens. Naquele momento, 323 empresas reportaram informações referentes a 96,8 mil trabalhadores.

Quanto à questão racial, o estudo revela que mulheres negras são maioria nas empresas avaliadas, somando 32,6 mil contra 7,5 mil mulheres não negras. Apesar disso, a diferença salarial entre elas é significativa: mulheres negras recebem, em média, 24,6% a menos que suas colegas brancas. No caso dos homens, os trabalhadores negros ganham 22,6% menos que os não negros.

O levantamento também revela outros aspectos do mercado de trabalho no estado. Quase metade das empresas no Piauí (49,8%) conta com planos de cargos e salários, e 28,4% têm políticas para incentivar a contratação de mulheres. Além disso, 34,3% promovem mulheres para posições de liderança, enquanto 23,9% incentivam a contratação de mulheres negras. Em relação à inclusão de mulheres LGBTQIAP+, apenas 18,9% das empresas implementam esse tipo de política.

“A desigualdade é gritante quando analisamos a pirâmide ocupacional: as mulheres negras estão concentradas nas posições mais baixas, atuando principalmente em serviços domésticos, de limpeza e alimentação, além de áreas como saúde básica e gestão pública”, destaca Paula Montagner, subsecretária de Estatísticas e Estudos do MTE.

No panorama nacional, o 2º Relatório de Transparência Salarial mostra que, em média, as mulheres no Brasil ganham 20,7% menos que os homens. A diretora de Programa do MTE, Luciana Nakamura, reforça que a igualdade salarial está prevista desde 1943 na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), mas não é cumprida: 

“Queremos que as empresas se conscientizem das desigualdades salariais internas e adotem medidas para promover a equidade de gênero”. 

Carregue mais
Veja Também
As opiniões aqui contidas não expressam a opinião no Grupo Meio.


Tópicos
SEÇÕES