Intensivistas pedem mais restrições no Piauí: “Faltam profissionais”

Sociedade de Terapia Intensiva do Piauí sinaliza a impossibilidade de atender a demanda atual

Sem precedentes, a crise sanitária vivenciada pelo Brasil, em decorrência da Covid-19, provocou o colapso no sistema na maioria dos entes federativos; no Piauí o cenário não é diferente,com a abertura de novos leitos no limite e ocupação acima de 90%, a Sociedade de Terapia Intensiva do Piauí (SOTIPI) encaminhou neste sábado (20) um ofício ao secretário de Saúde, Florentino Neto, e ao Comitê de Operações Emergenciais (COE) pedindo medidas restritivas mais rígidas no Estado, ressaltando a falta de profissionais para o atendimento dos pacientes infectados e a impossibilidade de abarcar a demanda atual.  

No documento, assinado pelo presidente do SOTIPI, Itapuan Damásio de Sousa, e o vice-presidente, Igor Denizarde Bacelar Marques, é emitido um alerta para a gravidade da pandemia no Piauí, em que há falta de leitos, de profissionais, de insumos, e de equipamentos, um cenário desesperador. "A Sociedade de Terapia Intensiva do Piauí vem a público relatar que a demanda por leitos de UTI para pacientes graves, tanto da rede pública como privada, chegou a níveis impossíveis de serem atendidas. Faltam leitos, equipamentos, profissionais e insumos. Já temos relatos de hospitais com falta de analgésicos e sedativos e com o risco real de faltar outros insumos essenciais tais como oxigênio", indica a nota. 

Intensivistas dizem que é impossível atender demanda (Foto: Rovena Rosa)

A SOTIPI reverbera que não há como formar intensivistas de forma emergencial, pontuando que não se pode esperar a vacinação eficaz 'em pouco tempo', deixando claro que é preciso adotar medidas preventivas para que a transmissibilidade diminua. 

"É de extrema importância esclarecer que mesmo o acréscimo de leitos, equipamentos e insumos, sem que se tenha equipes capacitadas para o atendimento destes pacientes, não será capaz de diminuir a mortalidade. Infelizmente, não temos mais profissionais e não temos como formar intensivistas de forma emergencial. Também não podemos esperar vacinação eficaz em pouco tempo".

Com um panorama nada positivo, a nota sinaliza para a necessidade da população se conscientizar e cumprir os protocolos sanitários, clamando ainda para que os gestores tenham a 'coragem' para adotar ações emergenciais. 

"Nós, profissionais de saúde, estamos fazendo a nossa parte. Colocamos a própria vida em risco de forma diuturna e incansável, mas isso não basta! Precisamos que a população tenha consciência, responsabilidade e que os gestores públicos tenham a coragem necessária para as ações emergenciais essenciais para o controle da crise sanitária instalada em nosso estado", indica a SOTIPI. 

OFICIO COE.pdf

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