No Piauí, 31% dos prefeitos trocaram de partido na busca pela reeleição; dados!

Dos 83 prefeitos do estado que responderam ao levantamento e podem concorrer à reeleição em 2024, 92% indicaram que pretendem disputar novamente o cargo.

Divulgado na última quinta-feira (15), o estudo A Intenção de Reeleição nas Prefeituras em 2024, realizado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), revelou que mais de 30% dos prefeitos do Piauí aptos à reeleição mudaram de partido para concorrer nas eleições deste ano. O levantamento foi apresentado durante uma coletiva de imprensa conduzida pelo presidente da CNM, Paulo Ziulkoski.

Dos 83 prefeitos do estado que responderam ao levantamento e podem concorrer à reeleição em 2024, 92% indicaram que pretendem disputar novamente o cargo, enquanto 8% afirmaram que não participarão do pleito. Entre os que optaram por continuar na corrida eleitoral, 31% mudaram de partido, enquanto 69% preferiram manter-se na mesma legenda.

83 prefeitos responderam ao questionamento da APPM, destes 92% indicaram que disputarão a reeleição (Foto: Reprodução/Divulgação) No cenário nacional, o estudo abrangeu 80% dos prefeitos aptos à reeleição no Brasil (2.753 dos 3.450). Entre eles, 34% declararam que trocaram de partido visando as eleições municipais de 2024.

A pesquisa também investigou as estratégias de campanha que os gestores consideram mais eficazes. No Piauí, 96% dos entrevistados apontaram o uso de redes sociais particulares como a principal ferramenta. Outros fatores importantes incluem o apoio político de autoridades estaduais e federais (82%), o contato direto com os eleitores (78%), a realização de comícios (59%) e a distribuição de material impresso (55%).

No âmbito nacional, o cenário é semelhante: 83% dos gestores destacaram as redes sociais como principal meio de campanha, 74,3% mencionaram o apoio de autoridades, e 71,8% priorizam o contato direto com os eleitores.

Durante a apresentação dos dados, Ziulkoski destacou o impacto das mudanças partidárias nas eleições municipais e como essas trocas podem influenciar as políticas públicas

“Desde 2000, primeiro ano de reeleição de prefeitos no Brasil, 62% dos que buscaram o segundo mandato conseguiram se reeleger. O melhor resultado foi em 2020, com 64% de prefeitos reeleitos; e a pior taxa foi em 2016 (49%), quando o país vivia profunda crise econômica e política”, explicou o presidente da CNM.

Mais de 4,5 mil prefeitos participaram da pesquisa, mas o estudo se concentrou apenas naqueles que podem concorrer à reeleição. Nacionalmente, 88% dos prefeitos indicaram a intenção de se recandidatar, enquanto 7,8% afirmaram que não participarão das próximas eleições, citando principalmente desinteresse.

A análise também revelou que a região Norte possui o maior índice de prefeitos que pretendem se reeleger (98%), seguida pelo Centro-Oeste (91%). Já a região Sul apresentou o menor índice, com 80% dos prefeitos sinalizando interesse em concorrer novamente. O Rio Grande do Sul foi o estado com o menor percentual de prefeitos dispostos a disputar a reeleição.

Troca de partidos entre prefeitos

Outro dado relevante é a concentração de prefeitos filiados a apenas quatro partidos políticos

“Uma questão interessante entre os candidatos que pretendem concorrer à reeleição, é que 58,7% estão filiados a quatro partidos políticos”, apontou Ziulkoski. 

O PSD lidera entre os partidos que receberam novos filiados, com 189 adesões, seguido pelo MDB (+53), Republicanos (+40), União (+30), PT (+19) e PL (+13).

Por outro lado, o PRD foi o partido que mais perdeu prefeitos aptos à reeleição, com um saldo negativo de 63, seguido pelo PSDB (-61), PDT (-42), PODE (-42), Cidadania (-39) e Solidariedade (-37). 

“O governo do Estado tem muito mais influência nos partidos que a União. Em Estados onde o governador atua direta ou indiretamente, o partido cresce”, observou Ziulkoski.

Em termos absolutos, o União foi o partido que mais perdeu prefeitos aptos à reeleição, com 86 saídas. No entanto, ao receber 116 novos filiados, o saldo final foi positivo, com um ganho de 30 prefeitos

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