Exclusivo Rafael Fonteles irá à China mês que vem em busca da nova 'rota da seda'

Durante sua estadia na China, o governador do Piauí buscará oportunidades de investimento nas áreas de tecnologia e energia renovável.

O governador do Piauí, Rafael Fonteles (PT), tem agendada uma visita oficial à China para o mês de outubro. Esse compromisso se concretizou após um encontro com o embaixador chinês no Brasil, Zhu Qingqiao, onde a viagem foi acertada. O itinerário que Rafael Fonteles pretende seguir é semelhante ao de outros governadores do Nordeste e de diferentes partes do país, todos em busca de fortalecer as relações com a China e estabelecer uma "nova Rota da Seda". Até o momento deste ano, Bahia, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte já realizaram missões comerciais sino-brasileiras.

Rafael em recente encontro com o embaixador chinês no Brasil, Zhu Qingqiao (Foto: DIVULGAÇÃO/CCOM PIAUÍ)O principal objetivo dessa iniciativa é inserir o estado do Piauí nas negociações com grandes corporações globais. Vale destacar que uma análise do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC) ressaltou que o Piauí se destaca como líder na região Nordeste e ocupa a quinta posição no cenário nacional em atração de investimentos provenientes da China. Esses números impressionantes refletem uma transformação significativa na dinâmica de investimentos estrangeiros na região, evidenciando o crescente interesse da China na economia piauiense.

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De acordo com os dados do relatório, o Piauí concentrou 5% do total de investimentos chineses registrados em todo o Brasil ao longo de 2022. Além disso, o estado demonstrou um notável crescimento em comparação aos anos anteriores, dobrando sua participação em relação a 2021. A fatia de 2,6% que o Piauí detinha no estoque de investimentos entre 2007 e 2022 agora parece pequena diante do salto expressivo alcançado no último ano.

Durante sua estadia na China, o governador do Piauí buscará oportunidades de investimento nas áreas de tecnologia e energia renovável.

Nordeste já colhe os frutos

Essa aproximação entre o Nordeste e a China também já está rendendo frutos em outras partes da região. Na Paraíba, o governo de João Azevêdo firmou uma parceria com a empresa CETC54 para a implantação de um radiotelescópio em Aguiar. No Maranhão, o governador Carlos Brandão viajou a Pequim para retomar as negociações sobre a instalação de uma siderúrgica e uma refinaria no estado.

A China é atualmente o principal parceiro comercial estrangeiro da Bahia, com destaque para a exportação de algodão, polietileno e soja. O governador Jerônimo Rodrigues visitou o país em março, onde teve encontros com representantes da gigante de tecnologia chinesa Huawei e anunciou a instalação da fábrica de automóveis BYD em Camaçari, ocupando a antiga planta da Ford.

O governador do Ceará, Elmano de Freitas, também firmou três acordos com empresas chinesas este ano para investimentos em energia eólica, solar, hidrogênio e combustíveis dentro do Complexo Industrial e Portuário do Pecém. A produção de energia renovável também está nos planos da governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, que assinou protocolos de intenções com empresas chinesas interessadas em energia eólica, solar e gás, incluindo a State Power Investment Corporation (SPIC), que planeja estabelecer um parque solar com uma capacidade de 500 megawatts.

Assim, seis séculos após o encerramento da Rota da Seda no período do Império Otomano, os governadores do Nordeste do Brasil estão reabrindo esse caminho em direção à China. No entanto, a nova "Rota da Seda" não busca iguarias exóticas ou produtos artesanais, como outrora, mas sim parcerias para o desenvolvimento de tecnologias produzidas pelas indústrias chinesas, que estão interessadas em expandir seus negócios em todo o mundo.

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