O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Piauí, por meio do Escritório Técnico em São Raimundo Nonato (ETSRN), lançou o projeto “Jogo da Memória Eletrônico: Patrimônio Cultural Território Serra da Capivara”. A iniciativa combina programação, cultura e interatividade, com o objetivo de divulgar o patrimônio arqueológico do Parque Nacional Serra da Capivara.
O jogo, inspirado no formato clássico de memória, apresenta grafismos encontrados nos sítios arqueológicos da região, além de informações sobre técnicas utilizadas na criação das gravuras e o contexto histórico e ambiental de cada local. O projeto integra o Mestrado Profissional em Preservação do Patrimônio Cultural, desenvolvido pelo Centro Lúcio Costa (CLC), e tem à frente o mestrando Carlos Roberto Rocha Silva, com coordenação de Ana Stela Negreiros Oliveira, chefe do ETSRN-PI.
Educação e Tecnologia no Ensino Médio
O projeto visa atuar como ferramenta de letramento digital e Educação Patrimonial para estudantes do Ensino Médio. Em 2024, uma parceria foi firmada com o Centro Estadual de Educação Profissional (CEEP) Gercílio de Castro Macedo, em São Raimundo Nonato, que oferece formação técnica em informática com foco em desenvolvimento de jogos.
Os alunos envolvidos estão aplicando conhecimentos em programação e design para aprimorar o jogo. Eles utilizam os grafismos da Serra da Capivara como base para criar um conteúdo que conecta a cultura local ao aprendizado técnico.
“Ao longo dos anos, o ETSRN-PI desenvolveu diversos jogos físicos, especialmente em suportes de papel, com o intuito de divulgar e integrar as práticas de patrimonialização junto à sociedade. Essa experiência inspirou a concepção do jogo eletrônico, que busca ampliar o alcance e a acessibilidade das iniciativas de Educação Patrimonial da unidade, utilizando uma abordagem interativa e digital”, explicou Ana Stela Negreiros Oliveira.
Visitas Guiadas e Conexão Cultural
A parceria também promoveu visitas guiadas para os alunos ao sítio arqueológico Boqueirão da Pedra Furada, um dos mais emblemáticos da América do Sul, e ao Museu da Natureza, que combina acervo patrimonial e tecnologia. Essas experiências reforçaram o diálogo entre os estudantes e o patrimônio cultural da região, fortalecendo o vínculo entre educação, comunidade e memória.
Para o mestrando Carlos Rocha, integrar programação e Educação Patrimonial é desafiador, mas altamente enriquecedor.
“A programação mostra-se como uma ferramenta facilitadora para dar movimento a propostas educativas. Estamos iniciando uma interface que poderá conectar ainda mais pessoas ao Patrimônio Cultural”, disse. Ele acrescenta que o projeto busca equilibrar a experiência lúdica com a transmissão de informações: “Utilizamos algumas técnicas estratégicas para equilibrar a experiência lúdica do jogo com o aprendizado e informações, estimulando a curiosidade sem comprometer a fluidez e dinâmica comuns nesse tipo de jogo.”
Projeções e Impacto
Atualmente em sua fase final de desenvolvimento, o jogo deverá ser disponibilizado online e poderá ser incorporado em outras escolas ou turmas do curso técnico do CEEP. O impacto educacional da iniciativa pode se expandir, estimulando o aprendizado técnico e cultural em um formato inovador.