Em entrevista ao Canal Livre, da BandTV, exibida na madrugada desta segunda-feira (17), o presidente do Consórcio Nordeste, Wellington Dias (PT) disse que o Brasil não perdeu apenas a oportunidade de compra de vacinas da Pfizer em 2020, como também de outros laboratórios: Janssen, Sputnik V e Sinopharm, de acordo com o líder piauiense a não formalização dos contratos fez com que o país fracassasse no Plano de Imunização.
"O Brasil tem um plano estratégico de vacinação. É o plano de 20 de outubro do ano passado, lançado no Palácio do Planalto, que confirma que o País faria a opção por mais vacinas, e variadas vacinas, para alcançar as metas de vacinação. Este mesmo plano foi dividido em quatro fases, sendo a primeira a do grupo de cerca de 53 milhões de brasileiros, que inclui maiores de 60 anos, indígenas e pessoas com comorbidades. Qual era a lógica, então? O País chegar em abril deste ano com essa primeira fase totalmente vacinada. Fracassamos. E fracassamos porque o Brasil perdeu as oportunidades. O contrato com a Pfizer, a Janssen, a Sputnik, mais contrato com a Sinovac, com a Sinopharm. Tudo isso em agosto, setembro, outubro e até novembro de 2020 ainda era possível", pontuou.
Coordenador da temática vacina no Fórum dos Governadores, Dias pontuou que o grupo acompanhou as negociações com a Pfizer e cobrava continuamente reuniões com o Ministério da Saúde. “O primeiro contato com a Pfizer quem fez foi o governador Camilo, do Ceará, que me ligou e disse que o pessoal [da Pfizer] tinha abertura para um entendimento. Procuramos o ex-ministro e houve uma reunião do Pazuello no Palácio com os governadores, em que ele chegou a colocar que estava em andamento esse contrato de 70 milhões de doses e como seriam a entrega das mesmas”.
Em relação a carta proposta da Pfizer, que foi alvo da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, na semana passada, o governador piauiense sinalizou que não soube do documento.
"Não soube da carta, mas soube do cronograma que permitiria o Brasil ter 18 milhões de doses até junho. Ali, [na reunião com o Planalto] se sustentou um argumento da exigência sobre o risco do pós-vacina e abrimos um canal de negociação. Nós dissemos que se a União não quisesse assumir a responsabilidade pelo acompanhamento, nós aceitávamos dividir as responsabilidades com os municípios, e foi isso que foi costurado para o acordo".
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