O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne nesta quarta-feira (2) e deve iniciar o ciclo de corte nos juros básicos da economia brasileira. Atualmente, a taxa Selic está em 13,75% ao ano, o maior nível em seis anos e meio.
O governador do Piauí, Rafael Fonteles(PT), que já foi presidente do Comitê Nacional dos Secretários de Fazenda dos Estados e do Distrito Federal (Comsefaz), defende que o COPOM decida pela diminuição de até 0,5 ponto percentual na reunião de hoje.
Segundo o ex-secretário de Fazenda do Piauí, o fator balizador para a decisão, independente de política ideológica, é a expectativa de queda da inflação. Nesse caso, uma redução de 0,5 ponto percentual abre margem pra que até dezembro a taxa Selic chegue a 11,75% ao ano. O Conselho de Política Monetária ainda terá três encontros até dezembro. Rafael Fonteles defende que em cada um deles, a alíquota diminua 0,5%, totalizando uma redução de 2% ao ano.
“Eu torço pra que reduza o juros em pelo menos 0,5% e cabe até mais, então a gente já está vendo as expectativas de inflação serem reduzidas e portanto isso é que deveria balizar. Independente de opinião ideológica da taxa de juros ao controle da inflação. Ora, se a inflação está caindo mês a mês, até com meses de deflação, então eu acredito que está na hora de uma redução, não apenas de 0,25%, mas de pelo menos 0,5 ponto percentual nessa reunião, pra que nas outras três que nós teremos ao longo do ano, tenhamos outra redução de 0,5% em cada uma delas, reduzindo dois pontos, chegando a 11,75% no final do ano. É a nossa expectativa, torcemos pra que os diretores do COPOM assim analisem”, disse Fonteles.
A expectativa da maior parte do mercado financeiro, em pesquisa realizada pelo BC com mais de 100 bancos na semana passada, é de um corte de 0,25 ponto percentual, para 13,50% ao ano. Mas há analistas que projetam uma redução maior, de 0,5 ponto percentual, para 13,25% ao ano.
Desde o início do mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e integrantes do seu governo vêm criticando o BC por manter a taxa em 13,75%. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, argumenta que a manutenção da taxa foi importante para conter a inflação. Campos Neto tem autonomia e não pode ser demitido por Lula.