A população de Assunção, capital do Paraguai,amanheceu desolada no primeiro dia de Agosto de 2004, após um incêndio no supermercado Ycuá Bolanos, ocorrido no dia anterior, em que morreram 464 pessoas e ficarma mais de 400 feridos, muitos em estado grave. A comoção tomou conta da capital, diante dessa que foi a maior tragédia uruguaia.O acidente foi provocado, ao que a polícia apurou, em decorrência de uma explosão de gás.
Policiais de todas as esferas, com a ajuda de voluntários e equipes médicas, trabalharam durante todo o domingo, da manhã à noite, retirando os corpos e debelando os focos do incêndio. A cada hora o número de vítimas fatais aumentava. Doze horas depois de ter começado o sinistro, as equipes de socorro continuavam encontrado corpos.
O fogo foi originado na manhã de domingo no restaurante de um supermercado da rede Ikuá Bolaños. A causa a maior tragédia, além da original explosão de gás, foi a decisão da gerência do estabelecimento de fechar as portas de entrada para evitar saques.
O incêndio no supermercado, que não dispunha de saídas de emergência, provocou o pânico em centenas de pessoas, causando as mortes e ferimentos, algumas em estado crítico, que eram levadas a hospitais da capital paraguaia, onde muitas delas morreram. Médicos e enfermeiros da Argentina viajaram por terra para Assunção, a partir da Província limítrofe de Formosa (norte), para colaborar no resgate e na assistência das vítimas.
Os corpos carbonizados eram depositados numa discoteca em frente ao supermercado. O centro comercial contava com uma praça de alimentação que, no momento da tragédia, tinha 500 pessoas, segundo estimativas de testemunhas.
O capitão dos bombeiros, Hugo Onieva, declarou que a tragédia poderia ter sido evitada se as saídas não tivessem sido bloqueadas.
A Procuradoria paraguaia ordenou a detenção do proprietário do hipermercado, Juan Pío Pavía, por suspeita de homicídio por negligência, além de outros delitos puníveis pela lei paraguaia.