Há 21 anos vinha à tona um caso que, mais tarde, entraria para a história dos Estados Unidos e que, por pouco, não derrubou o presidente. No dia 3 de março de 1999, 74 milhões de americanos assistiram pela TV o depoimento da ex-estagiária da Casa Branca Mônica Lewinsky sobre seu caso com o presidente Bill Clinton.
O escândalo político sexual ficou conhecido como “Caso Lewinsky” e surgiu por uma suposta relação sexual entre o presidente dos Estados Unidos Bill Clinton e uma estagiária da Casa Branca de 22 anos, Monica Lewinsky, na década de 1990.
Inicialmente, ela negou “ter qualquer relação sexual com o presidente”, mas, três dias depois, a imprensa já tomava conhecimento de fitas nas quais a estagiária conversava com uma amiga sobre o caso com Clinton.
O assunto dominou os noticiários e obrigou o presidente a se explicar. Ao lado da mulher, Hillary Clinton, ele negou o até então suposto caso com a estagiária. “Eu não tive relações sexuais com essa mulher, Miss Lewinsky”, disse Clinton. Esta frase virou um bordão quando, meses depois, ficou provado o contrário. Clinton não só teve “relações sexuais” com a estagiária, como o fez no Salão Oval da Casa Branca. A confirmação se deu por Linda Tripp, amiga de Monica que gravou as confissões da estagiária e entregou as fitas ao procurador Kenneth Starr.
Clinton estava no meio de seu segundo mandato na presidência dos Estados Unidos e, por causa do escândalo, enfrentou um processo de impeachment que quase o impediu de concluí-lo. Starr levou o caso à Justiça e o presidente foi obrigado a confessar o relacionamento depois que a acusação apresentou no tribunal o vestido que Monica usava no dia da relação e que continha vestígios de sêmen. Sob o olhar de Hillary, Clinton admitiu ter mantido “relação física imprópria” com a estagiária – que teria sido apenas sexo oral.
Acusado por falso testemunho, Bill Clinton acabou absolvido pelo Senado dos Estados Unidos em fevereiro do ano seguinte. O presidente conseguiu concluir o mandato – deixando a presidência em janeiro de 2001 com altos índices de popularidade -, mas não escapou do julgamento moral em todo o mundo. Em 2004, Clinton publicou sua autobiografia – My Life – e confessou que o escândalo sexual e político foi “um pesadelo que virou realidade”. "O que mais lamento, além da minha conduta, é ter enganado a todos", escreveu.