Nesta data, em 30 de novembro de 1914, hoje decorridos 105 anos, Charles Chaplin estreou seu primeiro filme, Making a Living (Carlitos repórter), uma atitude que mudaria para sempre a história do cinema mundial, graças à genialidade desse ator, diretor, produtor, autor, sem comparação nessa arte.
Ao longo de sua gloriosa carreira, Charlie Chaplin fez nada menos do que 81 filmes, quase todos centrados num humor delicioso, vencendo todas as etapas de evolução, desde o cinema mudo ao cinema falado.
Neste filme de estreia, o um vemos como um vilão. No seu segundo filme, Kid auto races at venice (Corrida de automóveis para menino) aparece uma personagem que o público passaria identificar.
Foram ao todo 35 curtas metragens ao longo do ano. Muito trabalho, e ele estava exausto. Em 1915 sua sorte tinha mudado, e o sucesso de sua personagem junto a platéia chamava a atenção de produtores, e foi assim que a Essanay, produtora de Gilbert M. Anderson (o famoso Bronco Billy) o contratou. Ganhou 10.000 dólares de bonificação e 1.250 por semana. Ainda teria o direito de escolher uma equipe. E assim ele o fez. Foram 14 filmes, que contaram com a colaboração de Edna Purviance (par), Charlotte Mineau, Leo White.
Atrás das câmeras, Rollie Totheroh, que iria acompanha-lo durante sua carreira nos Estados Unidos. Ele confiou em Rollie como um segundo olho. Na Essanay, Chaplin teve mais liberdade e pôde enfim dirigir seus filmes. Lá ele também começou a desenvolver suas técnicas de filmagens.
Vida e carreira
Charles Spencer Chaplin nasceu em 16 de abril de 1889, em Londres, filho de Hannah Lili Harley e Charles Chaplin, artistas de teatro. Quando Charlie ainda era um bebê, seu pai abandonou a família e foi viver com outra mulher. Sua mãe começou a sofrer com a depressão nervosa, parte por histórico de família, parte por efeito da fome que passava. Hannah tinha mais dois filhos: Sydney e Wheller.
Charlie teve sua estreia nos palcos aos 5 anos, substituindo sua mãe num musical. A partir daí o estado de Hannah só piorou. Os garotos foram colocados em orfanatos diferentes, devido a diferença de idade. Charlie, com tendências depressivas, desde criança, sofreu bastante e ficou traumatizado por separar-se da mãe e do irmão. Durante um período, Chas foi entregue ao seu pai, indo morar com sua madrasta e um irmão por parte de pai. Como o casal bebia muito e sua madrasta (quando bêbada) tentava lhe bater, ele começou a dormir na rua enquanto seu irmão Sydney não chegava em casa.
Foi o pai de Charles quem conseguiu um teste para Charlie na companhia de bailarinos "Eight Lancashire Lads". Em 1901, Charles Chaplin Pai, morreu vitimado pela cirrose. Hannah, que estava parcialmente recuperada, providenciou o enterro junto aos colegas de teatro, que ainda respeitavam o ex-astro.
Chaplin tentou vários ramos. Foi vendedor de barcos, flores, soprador de vidros (desmaiou no primeiro sopro), vendedor de lojinha (foi demitido após descobrir como conseguir chicletes de graça na máquina) e mordomo (o emprego que mais gostou).
Foi interpretando um pequeno cockney e a peça Sherlock Holmes que ganhou algum dinheiro. Foi contratado pelo Circo Casey, onde aprendeu truques de comédia que utilizaria por toda a vida.
Em 1909 Chaplin fez sua primeira viagem internacional. Destino: Paris. Depois de ganhar papéis medíocres, foi ganhando a amizade de todos e teve uma oportunidade de fazer um bêbado. Foi um sucesso. No ano seguinte, seguiu em turnê por Londres.
Em pouco tempo passou a ser considerado o ator principal da companhia, tudo isso graças ao bêbado. Cada centavo que ganhava, ele juntava para comprar uma fazenda. Foi para os Estados Unidos em turnê, e dois anos após recebeu um telegrama de Mack Sennett, dono da Keystone, que desejava conhece-lo.
Depois de um ataque de pânico que durou 3 dias, finalmente ele se apresenta para o teste. Seu primeiro salário na Keystone: 150 dólares por semana.