Uma das maiores e mais tristes tragédias da história da Rússia tem fim no dia 3 de Setembro de 2004, com o encerramento do cerco escolar de Beslan, um massacre iniciado no dia 01 de Setembro, e que resultou no extraordinário saldo de 334 pessoas mortas, entre as quais 156 crianças.
Além das mortes, o cerco policial envolveu o aprisionamento ilegal de 1.100 pessoas, que foram tornadas reféns dentro da escola, incluindo 777 crianças.
Essa descomunal crise começou quando um grupo de militantes islâmicos armados, principalmente “inguches” e “chechenos”, ocupou a Escola Número Um (SNO) na cidade de Beslan, Ossétia do Norte (uma república autônoma na região da Ciscaucásia na Federação Russa) em 1º de setembro de 2004. Os sequestradores foram enviados pelo senhor da guerra checheno Shamil Basayev, que exigiu o reconhecimento da independência da Chechênia.
No terceiro dia do impasse, as forças de segurança russas invadiram o prédio com o uso de tanques, foguetes incendiários e outras armas pesadas.
O evento levou a repercussões políticas e de segurança na Rússia. mais notavelmente, contribuiu para uma série de reformas do governo federal, consolidando o poder no Kremlin e fortalecendo os poderes do Presidente da Rússia. Os aspectos em relação aos militantes continuavam sendo controversos: permanecem dúvidas sobre quantos terroristas estavam envolvidos, a natureza de seus preparativos e se uma parte do grupo havia escapado.
Questões sobre o gerenciamento da crise pelo governo russo também persistem, incluindo alegações de desinformação e censura na mídia, apesar dos jornalistas presentes em Beslan terem sido autorizados a cobrir livremente a crise, a natureza e o conteúdo das negociações com os terroristas, a alocação de responsabilidade pelo resultado final e as percepções de que força excessiva foi usada na tragédia.
O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH) criticou o governo russo em uma decisão de 2017 por não tomar precauções suficientes antes do evento e por usar força letal excessiva ao concluir o cerco, o que violava o "direito à vida". A Rússia terminou sendo condenada em razão da forma inadequada da operação.