HITLER SE TORNA SENHOR ABSOLUTO NA ALEMANHA
O dia 19 de agosto é estranhamente marcado por alguns episódios nefastos em algumas partes do planeta, símbolos de violência, de truculência, de mortes e de privações de liberdade. O primeiro deles, acontece na Alemanha, em 19 de agosto de 1934, quando Adolf Hitler foi confirmado nas funções de Presidente e Chanceler, passando a se autointitular de líder (Führer), numa votação pública em que obteve expressiva maioria de 89,9% do eleitorado.
Com esse resultado, Hitler passava a centralizar a chefia do Estado, a chefia do governo e do partido único ( Partido Nacional-Socialista) e o comando supremo das forças armadas. Esse blebiscito torna Hitler absoluto, fornecendo todos os ingredientes para que, a partir daquele dia, ele comandasse uma das maiores tiranias da história da humanidade, descambando para a Segunda Guerra Mundial e, com ela, todas as atrocidades cometidas contra judeus, ciganos e todas aqueles que não representassem a raça pura alemã. Hitler comandou, com seus exércitos, um dos períodos mais tristes e demolidores da história dos povos. Podemos dizer que Hitler foi bem pior que Stalin, na Rússia, visto que seu regime propagou um horror sem precedentes no Holocausto. Sem contar o fato de que ele tentou eliminar um povo inteiro, apenas por motivos raciais. Milhares e milhares vítimas inocentes, dentre elas milhares de crianças, foram mortas nos campos de extermínio que ele implantou na Alemanha e em países invadidos.
ASSASSINATO DE FEDERICO GARCÍA LORCA
Outro marco vergonhoso deste 19 de Agosto foi o assassinato do poeta Federico García Lorca, sendo uma das primeiras vítimas da Guerra Civil Espanhola, um movimento armado comandado pelo general Franco, iniciado em 17 de julho daquele ano, tendo de um lado os falangistas e do outro os populares e de esquerda, entre os últimos estava Lorca. Os liderados pelo general Franco tinha apoio da Alemanha nazista de Hitler e da Itália fascista de Mussolini.
Os populares e de esquerda, chamadas de forças populares democráticas, recebiam o apoio da União Soviética e das Brigadas Internacinais, que eram formadas por operários e intelctuais de vários países. Mais do que um guerra entre o povo de uma mesma nação, a Guerra Civil Espanhola tornou-se um ingrediente a mais, na união com fascistas e nazistas, para a eclosão da Segunda Guerra Mundial, palco de brutais atrocidades.
Federico García Lorca foi um grande poeta espanhol, superado apenas por Miguel de Cervantes no número de edições e traduções. Sofreu influência, no início de sua carreira, de Buñuel e do mestre do surrealismo, Salvador Dali.
Em sua curta existência, García Lorca deixou importantes obras-primas da literatura, muitas delas publicadas postumamente, dentre as quais:
Poesia
Livro de Poemas - 1921
Ode a Salvador Dalí - 1926.
Canciones (1921-24) - 1927.
Romancero gitano (1924-27) - 1928.
Poema del cante jondo (1921-22) - 1931.
Ode a Walt Whitman - 1933.
Canto a Ignacio Sánchez Mejías - 1935.
Seis poemas galegos - 1935.
Primeiras canções (1922) - 1936.
Poeta em Nueva York (1929-30) - 1940.
Divã do Tamarit - 1940.
Sonetos del Amor Oscuro - 1936
Prosa
Impressões e Paisagens - 1918
Desenhos (publicados em Madri) - 1949
Cartas aos Amigos - 1950
Teatro
Assim que passarem cinco anos - Lenda do tempo - 1931.
Retábulo de Don Cristóvão e D.Rosita - 1931.
Amores de Dom Perlimplim e Belisa em seu jardim" - 1926.
Mariana Pineda - 1925.
Dona Rosinha, a solteira - 1927.
Bodas de Sangue (Trilogia) - 1933.
Yerma (Trilogia) - 1934.
A Casa de Bernarda Alba (Trilogia) - 1936.
Quimera - 1930.
El publico - 1933.
O sortilégio da mariposa - 1918.
A sapateira prodigiosa - 1930.
Pequeno retábulo de Dom Cristóvão - 1931.
NO BRASIL, ATENTADO A BOMBA NA SEDE DA OAB
O Brasil caminhava naquilo que se chamava de “processo lento e gradual”, para entrar num estágio de redemocratização, depois de passar por longos anos de exceção, comandando por um regime militar que chegou ao poder em 1964 e só teve fim, afinal, em inícios de 1980. O então presidente, General Geisel, seguia esse caminho de restauração da Democracia, mas contava com oposição de grupos conservadores de direita, que não aceitavam a abertura política. E foi justamente um desses grupos rebeldes conservador de direita que agiu por meio de ato terrorista.
No dia 19 de agosto de 1976, explodiu uma bomba implantada no banheiro do sétimo andar do prédio da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Centro do Rio de Janeiro. Horas mais tarde, outra bomba foi encontrada pelas autoridades, desta vez na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), tendo sido desativada a tempo.
No mesmo dia, outra bomba explode na ABI, mas ninguém se feriu, embora oito pessoas estivessem no andar e a explosão tenha destruído completamente dois banheiros e abalado a estrutura do prédio.
Na tarde posterior ao atentado, a Aliança Anticomunista Brasileira (AAB) distribuiu panfletos assumindo a autoria dos dos atentados – os primeiros de uma série que ainda estariam por acontecer naquele ano.
Os panfletos distribuídos pelos grupos terrositas de direita pregavam: “Chegou a hora de começar a escalada contra a nova tentativa de comunização do Brasil que está em marcha. A Associação Brasileira de Imprensa (ABI), totalmente dominada pelos comunistas, foi escolhida para esta primeira advertência. De agora em diante tomem cuidado, seus lacaios de Moscou. Não daremos trégua. Já que as autoridades recolhem-se covardemente, passaremos a agir. Morte à canalha comunista! Viva o Brasil”,
Em setembro do mesmo ano, a AAB seqüestrou o bispo dom Adriano Hipólito, espancando-o e abandonando-o nu e com o corpo todo pintado, num terreno baldio, na zona Oeste da capital fluminense. Em 1980, com a implementação da redemocratização, novos atentados a bomba voltaram a acontecer. Três anos depois, um culpado foi identificado e preso, porém oito meses depois, foi absolvido pela Justiça Militar."