Há 165 anos nasceu na Itália, em 09 de março de 1854, aquele que se tornaria o maior empreendedor em território brasileiro, impulsionador revolucionário da indústria nacional. Estamos falando de Francesco Matarazzo que, em 1881, aos 27 anos de idade, decide deixar para trás uma Itália en grave crise econômica e vir para o Brasil.
Quando o pai, Costabile Matarazzo, que era médico e proprietário rural, morre, Francesco se viu às voltas com grandes dificuldades para tratar dos negócios da família, pois a situação do país não ajudava em nada.
Foi aí que começou a ouvir notícias sobre o Brasil, como sendo a terra prometida, o lugar grande e ideal para fazer a América crescer.
Um grande amigo de seu pai, Francisco Grandino, foi visitar a família e levou as informações que convenceram Francesco Matarazzo a se mandar para o Brasil.
Visionário e curioso, Francesco decide fazer pesquisas de mercado e aí descobre que o Brasil era grande importador de banha de porco, à época o ingrediente essencial para a culinária.
Decidiu então comprar no exterior duas toneladas de banha de porco, mas para seu azar a barcaça que transportava o produto naufraga na baía da Guanabara, perdendo a carga.
Como não era afeito a desistências e fracassos, Francesco junta-se à colônia italiana radicada no interior de São Paulo, aonde começa a alimentar seus sonhos e a organizar suas jornadas.
Percebendo as falhas na indústria nacional, Francesco vai aos poucos entrando no mercado industrial para definitivamente revolucioná-lo.
Em 1890 Francesco sai de Sorocaba e vai para São Paulo onde inicia a construção de seu império. Cria a Matarazzo & Irmãos, que tem vida breve, e logo em seguida a Companhia Matarazzo S/A, com 41 acionistas. Em 1900 nasce o Moinho Matarazzo, a maior unidade industrial da época, produzindo 2.500 sacos de 44 quilos por dia. Em 1911 vem a consagração, com a fundação da Industrias Reunidas Matarazzo.
Os anos seguintes são de uma verdadeira avalanche nos negócios do grupo, com atuação poderosa e diversuficada: alimentos, tecidos, bebidas, transporte terrestre, navegação de cabotagem, portos, ferrovias, metalurgia, energia, agricultura, banco e imóveis.
Seu império marca a história da America Latina como o maior da história, espalhando mais de 200 fábricas médias e grandes em todo o Brasil e assegurando mais de 30 mil empregos. Teve ramificações em Buenos Ayres, Nova York, Londres e Roma.
Ficou para sempre como o criador do maior complexo industrial da América Latina do início do século XX. Quando morreu, em 1937, ele era o homem mais rico do Brasil, com uma fortuna de US$ 10 bilhões. A riqueza produzida por suas indústrias ultrapassava o PIB de qualquer estado brasileiro, com exceção de São Paulo.
Após sua morte, em 10 de fevereiro de 1937, em São Paulo, os negócios da família foram assumidos por Francisco Matarazzo Júnior, o penúltimo dos 13 filhos, que ficou à frente dos negócios por quatro décadas.