Uma das tragédias mais curiosas e inusitadas da história da aviação comercial do mundo, aconteceu em 2 de junho de 1983, quando o McDonnell Douglas DC-9-32, que operava o voo 797 da Air Canada, partindo do aeroporto Dallas/Fort Worth International e destino Aeroporto Internacional Pierre Elliott Trudeau, sofreu um incêndio atrás do lavatório, e o fogo logo se espalhou entre o revestimento exterior e os painéis de decoração interiores, enchendo o avião com fumo tóxico. No acidente fora do comum, 23 passageiros morreram, vitimados por fumaça tóxica que invadiu o avião.
A propagação do incêndio também queimou cabos elétricos cruciais, desabilitando a maior parte dos instrumentos na cabine, forçando o avião a divergir para o aeroporto Cincinnati/Northern Kentucky International. Noventa segundos depois do avião aterrisar e as portas terem sido abertas, o calor do fogo e o oxigênio fresco que entrou durante a abertura das portas de saída encheu de imediato de chamas o interior do avião, matando 23 passageiros que aindanão tinham abandonado a aeronave.
Exames de sangue revelaram que alguns dos passageiros tinham inalado quantidades letais de toxinas do fogo, indicando que provavelmente eles já estariam mortos nos seus lugares antes do avião tocar no solo.
Como resultado deste acidente, os regulamentos da aviação em todo o mundo foram alterados para tornar a aeronave mais segura, com novos requisitos para instalar detectores de fumo nos banheiros (casa de banho em português lusitano), luzes no chão a demarcar o caminho para as portas de saída, o aumento do treino de combate a incêndios da tripulação e o aviso regular aos passageiros sentados nas filas de saída de emergência para ajudarem na evacuação de emergência.
O comandante Donald Cameron (51 anos de idade), estava ao serviço da Air Canada desde 1966. No momento do acidente, Cameron tinha aproximadamente 13 000 horas de voo, das quais 4 939 pilotando o DC-9. O co-piloto Claude Ouimet (34 anos) voava para a Air Canada desde 1973 e tinha cerca de 5 650 horas de experiência de voo, incluindo 2 499 horas no DC-9.
O incêndio destruiu completamente a aeronave. Vinte e um canadenses e dois norte-americanos morreram. Muitos dos corpos das vítimas foram queimados além do reconhecimento. Quase todas as vítimas estavam na metade dianteira do avião entre as asas e o cockpit. Algumas vítimas foram encontradas no corredor, enquanto outras ainda estavam nos seus lugares. Duas vítimas estavam na parte traseira da aeronave, mesmo tendo os passageiros sido movidos para a frente depois do incêndio ter sido detectado; estes passageiros desorientados foram além da asa e morreram. As amostras de sangue dos corpos revelaram elevados níveis de cianeto, fluoreto, e monóxido de carbono, substâncias químicas produzidas pelo avião em chamas.