Uma das maiores tragédias na história da Turquia aconteceu em 13 de maio de 2014, quando 301 trabalhadores morreram no interior de uma mina subterrânea de carvão, na localidade Soma, na província de Manisa, a 480 quilômetros de Istambul. Durante uma troca de turno, a uma profundidade de 200 metros, ocorreu uma explosão em um transformador elétrico, o que provocou o incêndio que vitimou os 301 operários.
Confirmadas as mortes e a identidade das vítimas, dois dias depois, sob comoção, revolta e protestos generalizados, os 301 mortos foram enterrados em cerimônia coletiva. Confirmou-se, também, que a maioria das pessoas teve morte causada por envenenamento por monóxido de carbono.
Durante a cerimônia de sepultamento, alto-falantes anunciaram os nomes dos mortos à medida que fileiras de túmulos eram preenchidas na cidade mineira turca de Soma nesta, e milhares protestaram em grandes cidades, transformando a tristeza em revolta após o acidente industrial mais grave da história do país.
Equipes de resgate ainda tentavam alcançar partes da mina de carvão de Soma, 480 quilômetros a sudoeste de Istambul, mais de dois dias depois de um incêndio cortar a energia e desligar dutos de ventilação e elevadores, aprisionando centenas de pessoas na mina.
Outro grande acidente do setor de mineração na Turquia ocorreu em 1992, na cidade de Zonguldak, na costa do Mar Negro, quando 270 trabalhadores morreram. O segundo e o terceiro piores acidentes ocorreram em 1983 e 1990, deixando 103 e 68 mortos, respectivamente, e foram causados por explosões de gás metano. Os sindicatos de mineração turcos vêm denunciando há anos a falta de medidas de segurança e equipamentos, o que torna a Turquia o país da Europa com o maior número de acidentes em minas.