No dia 28 de maio de 1999, após uma extenuante e meticulosa atividade que levou nada menos do que 22 anos de execução, uma equipe de especialistas liderada pela conhecida restauradora de arte italiana Pinin Barcilon concluiu a restauração da obra-prima de Leonardo da Vinci, A Última Ceia, devolvendo a relíquia histórica à visitação pública na Santa Maria Delle Grazie ( Igreja de Nossa Senhora das Graças), em Milão, onde está pintada.
Trata-se do mais valioso trabalho de restauração de que se tem notícia, preservando por várias dezenas de anos a obra mais representativa da arte italiana, pintada pelo gênio Da Vinci, que viveu entre 1452 e 1519. Acredita-se que, a cada 100 anos, seja feito algum tipo de restauração, para reparar a ação danosa do tempo. Durante a solenidade de entrega da obra ao convívio público, o dirigente máximo Ministério do Patrimônio e da Cultura e Turismo da Itália, Oscar Farinetti, piemontês fundador do super-empório italiano Eataly, afirmou, no auge do seu contentamento: “Garantiremos mais 500 anos de vida à obra”.
Como está a obra A Última Ceia, hoje? É extraordinária. Uma das maiores expressões de arte para o mundo, pintada no anexo da Igreja Santa Maria delle Grazie (Igreja Nossa Senhora das Graças), em Milão, na Itália. Mas é muito frágil por três motivos: devido à técnica com a qual foi pintada no final do século XV, por conta da degradação lenta e diária devido às micropartículas de poeira introduzidas minimamente pelos 400 000 visitantes anuais e, por fim, pela própria composição do ar da cidade. Por isso, o Ministério do Patrimônio e da Cultura e Turismo aprovou um importante projeto de restauração de ar no local.
A restauração de Brambilla envolveu a retirada de cinco camadas de tinta de restaurações anteriores e a recuperação de aspectos originais da pintura.
O trabalho exaustivo de limpeza, secagem e repintura do afresco de 4 metros e 30 centímetros de altura custou milhões de euros e levou mais de 20 anos.
A Última Ceia é uma pintura sobre parede realizada por Leonardo da Vinci entre 1494 e 1497 no refeitório do Convento de Santa Maria Delle Grazie, em Milão, Itália.
A composição pictórica mede 4,60 por 8,80 metros e é uma das obras mais famosas do mundo e das mais conhecidas do artista, assim como uma das mais estudadas e copiadas de todos os tempos.
Segundo a Bíblia, a obra retrata o instante em que Jesus revela seu traidor. A passagem é de João 13:21: “Tendo Jesus dito isto, turbou-se em espírito, e afirmou, dizendo: Na verdade, na verdade vos digo que um de vós me há de trair. Então os discípulos olhavam uns para os outros, duvidando de quem ele falava.Ora, um de seus discípulos, aquele a quem Jesus amava, estava reclinado no seio de Jesus.
Então Simão Pedro fez sinal a este, para que perguntasse quem era aquele de quem ele falava.
E, inclinando-se ele sobre o peito de Jesus, disse-lhe: Senhor, quem é?
Jesus respondeu: É aquele a quem eu der o bocado molhado. E, molhando o bocado, o deu a Judas Iscariotes, filho de Simão.
A Última Ceia está entre as pinturas mais famosas de todos os tempos e é tida como um dos maiores tesouros da humanidade. A sua importância não está no tema, muito comum à época, em refeitórios, mas na interpretação que o pintor dá a ele. A pintura retrata um dos momentos mais dramáticos da vida terrena de Jesus, quando anuncia aos apóstolos que será traído por um deles. Enquanto o Mestre mostra-se tranquilo, com os abraços abertos simbolizando aceitação, seus discípulos apresentam-se extremamente estarrecidos. Da esquerda para a direita (sob o ângulo de quem está diante da pintura), estão no primeiro grupo: Bartolomeu, Tiago Menor e André; no segundo: Judas Iscariotes (cabelo branco inclinado contra o suposto João), Simão Pedro e João; Jesus Cristo está ao centro; no terceiro grupo: Tomé, Tiago Maior e Filipe e no quarto grupo estão Mateus, Judas Jésus e Simão Cananeu também conhecido por Simão, o Zelote.