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Há 8 anos morre Moacyr Scliar, um dos grandes da literatura nacional

Sclair morreu em 27 de fevereiro de 2011, há oito anos, portanto prestes a completar 74 anos de idade

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“Toda pessoa se beneficiará do ato de ler e de escrever. É terapia, sim, e é terapia prazerosa, acessível a todos. O que, em nosso tempo, não é pouca coisa.”

Este depoimento sobre o ato de ler e escrever foi ditado por um cidadão de grande valor intelectual visível dimensão humana, o imortal da Academia Brasileira de Letras Moacyr Scliar, que dividiu sua vida entre a Medicina, que nunca largou, e a literatura, tornando-se um importante autor de romance, conto, ensaio, crônica, ficção infanto-juvenil e também poesia.

Sclair morreu em 27 de fevereiro de 2011, há oito anos, portanto prestes a completar 74 anos de idade. Nasceu em Porto Alegre, em 23 de março de 1937. Desde criança demostrava inclinação literária. Seu nome, Moacyr, já é resultado dessa afinidade. Foi escolhido por sua mãe, Sara, após a leitura de Iracema, de José de Alencar, cujo sig nificado é “filho da dor”. Ele próprio dizia: “ os nomes são recados das pais para os filhos e são como ordens a serem cumpridas para o resto da vida”.

Autor de 74 livros em vários gêneros: romance, conto, ensaio, crônica, ficção infanto-juvenil, escreveu, também, para a imprensa. Obras suas foram publicadas em muitos países: Estados Unidos, França, Alemanha, Espanha, Portugal, Inglaterra, Itália, Rússia, Tchecoslováquia, Suécia, Noruega, Polônia, Bulgária, Japão, Argentina, Colômbia, Venezuela, Uruguai, Canadá e outros países, com grande repercussão crítica.

Teve textos adaptados para o cinema, teatro, tevê e rádio, inclusive no exterior.

Duas influências são importantes na obra de Scliar. Uma é a sua condição de filho de imigrantes, que aparece em obras como A Guerra no Bom Fim, O Exército de um Homem Só, O Centauro no Jardim, A Estranha Nação de Rafael Mendes, A Majestade do Xingu. A outra influência é a sua formação de médico de saúde pública, que lhe oportunizou uma vivência com a doença, o sofrimento e a morte, bem como um conhecimento da realidade brasileira. O que é perceptível em obras ficcionais, como A Majestade do Xingu e não-ficcionais, como A Paixão Transformada: História da Medicina na Literatura.

Moacyr Scliar é considerado um dos escritores mais representativos da literatura brasileira contemporânea. Os temas dominantes de sua obra são a realidade social da classe média urbana no Brasil, a medicina e o judaísmo. Suas descrições da classe média eram, frequentemente, inventadas a partir de um ângulo supra-real.

Foi o sétimo ocupante da Cadeira nº 31, eleito em 31 de julho de 2003, na sucessão de Geraldo França de Lima e recebido em 22 de outubro de 2003 pelo Acadêmico Carlos Nejar.

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