Foi no dia 21 de Janeiro de 1939, há 80 anos, portanto, que foi descoberto o primeiro poço de petróleo no Brasil, no município de Lobato, no interior da Bahia.
Um acontecimento marcante na história do petróleo no Brasil, resultado de uma luta determinada empreendida por grandes sonhadores, especialmente pelo escritor Monteiro Lobato, que sempre acreditaram que o território brasileiro era rico nesse mineral.
Os pioneiros dessa descoberta na Bahia foram Oscar Cordeiro e Manoel Inácio Bastos, sob jurisdição do recém-criado Conselho Nacional do Petróleo. A descoberta gerou euforia nacional.
O então Presidente da República, Getúlio Vargas, em discurso pronunciado pelo rádio, deu expansão à frase criada por Monteiro Lobato, “O Petróleo é Nosso”, que se transformaria em grande campanha nacional, pois as riquezas brasileiras, desde as origens, sempre foram cobiçadas por países estrangeiros, sobretudo por potências como os Estados Unidos.
A perfuração do poço DNPM-163, foi iniciada em 29 de julho de 1938. Somente no dia 21 de janeiro de 1939 o petróleo veio à tona. Mesmo sendo considerada sub-comercial, a descoberta incentivou novas pesquisas do CNP na região do Recôncavo Baiano.
Coincidentemente, o local tem o mesmo nome de um dos ícones da defesa da exploração petrolífera no Brasil, o escritor paulista Monteiro Lobato, que batalhou incansavelmente para mostrar que o país tinha potencial no setor e que o petróleo poderia dar ao povo brasileiro um melhor padrão de vida. É de Lobato, o escritor, a frase “O petróleo é nosso!“, que virou símbolo da campanha nacionalista lançada em 1946 em defesa da soberania brasileira sobre o recurso natural. Sete anos depois, surgiu a Petrobras.
A campanha “o petróleo é nosso” durou 44 anos e resultou vitoriosa em 1953, com a criação da Petrobrás e a instituição do monopólio estatal da exploração, do refino e do transporte. Porém, em 1997, com a Lei 9.478, conhecida como Lei do Petróleo, e a criação da Agência Nacional do Petróleo, órgão regulador da indústria do petróleo, o monopólio foi derrubado e parte das recomendações dos ex-ministros da Economia, Roberto Campos e Eugênio Gudin, que sempre defenderam a existência de concorrência e o fim do monopólio, terminaram vitoriosas.
Hoje, há sério risco de desnacionalização das reservas de petróleo e gás no Brasil.