Grande parte da humanidade celebra hoje o Ano Novo, a passagem de 31 de Dezembro para primeiro de Janeiro, uma confraternização que resulta, igualmente, nos festejos do Reveillon, com as pessoas de diferentes culturas expressando suas esperanças de que o ano que começa será sempre melhor do que o que termina.
Mas isso nem sempre foi assim. Também não é assim em todas as partes do planeta Terra, embora o costume dessa celebração não seja novo, tenha se iniciado há pelo menos 4 mil anos. O costume de celebrar a chegada de um novo ciclo’mm. Mas,naquela época, em vez de um "ano" novo, a passagem do tempo era contada pelas estações do ano.
O primeiro povo a celebrar a festa de passagem teria sido o da Mesopotâmia, área que corresponde hoje aos territórios de Iraque, Kuwait, Síria e Turquia. Por dependerem da agricultura para sobreviver, eles celebravam o fim do inverno e início da primavera, época em que se iniciava uma nova safra de plantação.
Com isso, a festa de passagem dos mesopotâmicos não se dava na noite do dia 31 de dezembro para 1º de janeiro, mas sim do dia 22 para o 23 de março, data do início da primavera no Hemisfério Norte.
Para que hoje tenha se tornado possível comemorar o ano novo em 1 de janeiro, teve de existir, antes, o próprio mês de janeiro, que, segundo Plutarco, foi acrescentado ao calendário de Rômulo por seu sucessor, Numa Pompilio, no século VIII antes de Cristo. O calendário utilizado em Roma até então tinha 10 meses lunares e começava na primavera, na lua cheia mais próxima do equinócio de março (os idos de março). Esses 10 meses marcavam um ritmo dificilmente ajustável ao das estações e do ciclo solar, que tinham uma importância evidente para a atividade no campo e haviam sido adotados anteriormente pelos egípcios. Para que houvesse um ajuste melhor, Numa acrescentou o décimo-primeiro mês, ianarius, e o décimo-segundo, februarius. O mês de fevereiro recebeu seu nome das festas de preparação da primavera, chamadas Februa (limpeza, purificação), que, com o tempo, passaram a fazer parte das celebrações das Lupercales. O mês de janeiro, no entanto, diante da ausência de uma referência concreta, foi dedicado ao deus Jano, cujo culto foi ativamente incentivado por Numa. Ainda assim, apesar de ter doze meses, o ano romano continuou a começar na primavera até 153 a. C, um século antes da reforma do Calendário Juliano.