Um incêndio ocorrido em trens do metrô da cidade de Aaegu, na Coréia do Sul,a cerca de 200 quilômetros de Seul, deixou um saldo de 192 pessoas mortas e mais de 200 feridas. As autoridades sul-coreanas afirmaram que havia fortes indícios de que o incêndio tenha sido um ato criminoso. A tragédia aconteceu no dia 18 de Fevereiro de 2003.
As equipes de bombeiros conseguiram chegar aos dois vagões atingidos pelo incêndio, mas o alto grau de carbonização dos corpos dificultou o trabalho de identificação das vítimas, mesmo com técnicas de exame de DNA. Logo após o incêndio, um homem foi preso pela polícia sul-coreana. De acordo com as autoridades, o suspeito de 56 anos tem um histórico de problemas mentais.
"Não sabemos ainda o que o teria motivado. Acreditamos que ele tenha problemas mentais. Já se sabe que ele foi tratado em um hospital psiquiátrico", disse o delegado Suh Hyon-soo à agência de notícias Associated Press. Testemunhas do incidente afirmaram ter visto um homem atear fogo em um pote contendo um líquido inflamável dentro de um vagão.
"Quando o homem tentou usar um isqueiro para botar fogo na caixa, alguns passageiros tentaram impedi-lo. Aparentemente, durante a confusão que se seguiu, a caixa explodiu em chamas", contou o tenente Kim Byong-hak, da polícia de Daegu.
Daegu, terceira maior cidade da Coréia do Sul, foi uma das protagonistas do crescimento econômico sul-coreano e hoje é responsável por 40% da produção têxtil do país. A cidade foi uma das sedes da Copa do Mundo de Futebol de 2002.
Todas as outras estações de metrô do país entraram em alerta máximo de segurança logo após a tragédia, pois se temia tratar-se de ataque terrorista, o que poderia ser replicado em outros locais.
O incêndio começou pouco antes das 10h (22h em Brasília), no final da hora do rush. O fogo se espalhou rapidamente no vagão lotado, atingiu os bancos, o chão e as roupas dos passageiros e alastrou-se para os outros vagões. "Praticamente não houve tempo para escapar", disse o bombeiro Lee Hyong-kyun.
Um segundo trem, que entrou na estação logo em seguida, também pegou fogo. Cada trem possuía seis vagões. Juntos, transportavam cerca de 400 pessoas.
De acordo com o chefe dos bombeiros de Daegu, Kim Shin-dong, havia mais de 70 corpos em estado praticamente irreconhecível dentro dos vagões queimados. "Não é possível reconhecer nada nem ninguém lá dentro. Está tudo preto e cinza", disse Sung Bo-hun, sobrevivente da tragédia.
Em 1995, em outra tragédia, mais de cem pessoas morreram e outras cem ficaram feridas numa explosão de gás ocorrida no metrô de Daegu, então em construção.