Há 70 anos, no dia 01 de março de 1949, nasceu no Rio de Janeiro o cantor e compositor Jorge Aragão, um dos mais conhecidos e aclamados sambistas brasileiros, celebrizando-se como um expoente do Pagode, e como autor de músicas que entraram para o repertório de grandes intérpetres de samba, de Betth Carvalho a Alcione, Zeca Pagodinho, Martinho da Vila, entre muitos outros.
Como compositor, Jorge Aragão apareceu em 1976, quando Elza Soares gravou sua composição Malandro, em parceria com Jotabê.
Jorge começou sua carreira pelo samba na década de 1970, como guitarrista em bailes e casas noturnas. Entrar no gênero fora das rodas ajudou Aragão a ser um sambista que explora novidades no gênero, ao ponto que declara seguir mestres como Candeia, Roberto Ribeiro e Monarco, devido à “voz autoral”. Foi integrante do grupo Fundo de Quintal (núcleo do gênero pagode) e um de seus principais compositores e letristas, tendo por isso abandonado o conjunto algum tempo depois para dedicar-se à carreira solo. O primeiro disco solo, "Jorge Aragão", veio em 1981, pela Ariola.
Como estamos iniciando mais um período carnavalesco, é impossível não associar a maior festa brasileira ao nome de Jorge Aragão. Conhecedor do carnaval carioca, dele tendo se tornado um estudioso, Aragão foi por vários anos comentarista dos desfiles de escolas de samba na Rede Globo, tendo, ao lado de Franco Lattari composto para a emissora o tema do Globeleza. Foi também comentarista carnavalesco na extinta Rede Manchete de televisão e, nos últimos anos, atuado no projeto Carnaval do Povão pela CNT.
Com doze discos lançados, excursionou pelos Estados Unidos e se apresenta em várias cidades do Brasil. Entre seus sucessos estão "Coisinha do Pai" (com Almir Guineto e Luiz Carlos), homenagem à filha Vânia consagrada na gravação de Beth Carvalho que valeu uma gravação inédita em 1997 para acordar o robô Mars Pathfinder em Marte; "Claridade", inspirada pela filha Tânia; "Vou Festejar", outra gravada por Carvalho que se popularizou como canto de torcida; "Coisa de Pele", "Vou Festejar", "Alvará", "Terceira Pessoa", "Amigos… Amantes", "Do Fundo do Nosso Quintal" e "Enredo do Meu Samba" entre outras. Além de samba e pagode, Jorge também compôs nos gêneros xote, samba-rock e samba funk.