Esta data, de 10 de maio, ficou marcando a história como um dos dias mais deploráveis da humanidade, quando, em 1933, a odienta censura imposta pela ditadura nazista de Adolf Hittler contra escritores, fez queimar em praças públicas d
Todas as obras que não agradavam ao sistema governante foram transformadas em fogueiras. Hitler e seus comparsas pretendiam uma "limpeza" da literatura. O dia 10 de maio de 1933, portanto, marcou o auge da perseguição dos nazistas aos intelectuais, principalmente aos escritores. Em toda a Alemanha, principalmente nas cidades universitárias, montanhas de livros (ou suas cinzas) se acumulavam nas praças. Tudo o que fosse crítico ou desviasse dos padrões impostos pelo regime nazista foi destruído. Existe até um termo em alemão para a queima de livros, Bücherverbrennung.
Obras de diversos escritores, que continham vieses contrários aos do regime nazista, foram queimadas em praças públicas. Nas semanas seguintes, outras queimas ocorreram em outras cidades alemãs, contando com discursos e a presença de bandas, forma de propaganda do regime nazista.
O ato de censura chegou a atingir obras de Sigmund Freud, Thomas Mann, Albert Einstein e Karl Marx, por exemplo. Apesar da grande carga que o ato representou, houve pouca resistência, tanto dos alemães, quanto dos outros países, que observaram, de longe, patrimônios literários queimarem. Professores, reitores e universitários, por incrível que pareça, aderiram à causa. Diversos autores saíram do país, vendo a situação complicada em que a Alemanha se encontrava.
Como bem disse o poeta Heinrich Heine, “onde se queimam livros, acabam-se queimando pessoas”. Stefan Zweig, Thomas Mann, Sigmund Freud, Erich Kästner, Erich Maria Remarque e Ricarda Huch foram algumas das proeminências literárias alemãs perseguidas na época.
A opinião pública e a intelectualidade alemãs ofereceram pouca resistência à queima. Parecia existir na Alemanha da época uma espécie de anestesia geral diante do nazismo, poucos entendendo os enormes perigos que que se transfomariam, anos a seguir, contra as liberdades e a favor da morte indiscriminada e c rescente de opositores ou sismplesmente de pessoas que agradassem ao regime.
Editoras e distribuidoras reagiram com oportunismo, enquanto a burguesia tomou distância, passando a responsabilidade aos universitários. Também os outros países acompanharam a destruição de forma distanciada, chegando a minimizar a queima como resultado do "fanatismo estudantil".
Entre os poucos escritores que reconheceram o perigo e tomaram uma posição esteve Thomas Mann, que havia recebido o Nobel de Literatura em 1929. Em 1933, ele emigrou para a Suíça e, em 1939, para os Estados Unidos.