Esta data, de 10 de maio, ficou marcando a história como um dos dias mais deploráveis da humanidade, quando, em 1933, a odienta censura imposta pela ditadura nazista de Adolf Hittler contra escritores, fez queimar em praças públicas d
Todas as obras que não agradavam ao sistema governante foram transformadas em fogueiras. Hitler e seus comparsas pretendiam uma "limpeza" da literatura. O dia 10 de maio de 1933, portanto, marcou o auge da perseguição dos nazistas aos intelectuais, principalmente aos escritores. Em toda a Alemanha, principalmente nas cidades universitárias, montanhas de livros (ou suas cinzas) se acumulavam nas praças. Tudo o que fosse crítico ou desviasse dos padrões impostos pelo regime nazista foi destruído. Existe até um termo em alemão para a queima de livros, Bücherverbrennung.
![Milhares de livros são queimados em praça pública na Alemanha - Foto: Reprodução/Internet](/uploads/imagens/2022/5/5/milhares-de-livros-sao-queimados-em-praca-publica-na-alemanha-58222348-f5ae-44c5-8e8f-9969f73cf638.jpg)
Obras de diversos escritores, que continham vieses contrários aos do regime nazista, foram queimadas em praças públicas. Nas semanas seguintes, outras queimas ocorreram em outras cidades alemãs, contando com discursos e a presença de bandas, forma de propaganda do regime nazista.
O ato de censura chegou a atingir obras de Sigmund Freud, Thomas Mann, Albert Einstein e Karl Marx, por exemplo. Apesar da grande carga que o ato representou, houve pouca resistência, tanto dos alemães, quanto dos outros países, que observaram, de longe, patrimônios literários queimarem. Professores, reitores e universitários, por incrível que pareça, aderiram à causa. Diversos autores saíram do país, vendo a situação complicada em que a Alemanha se encontrava.
Como bem disse o poeta Heinrich Heine, “onde se queimam livros, acabam-se queimando pessoas”. Stefan Zweig, Thomas Mann, Sigmund Freud, Erich Kästner, Erich Maria Remarque e Ricarda Huch foram algumas das proeminências literárias alemãs perseguidas na época.
A opinião pública e a intelectualidade alemãs ofereceram pouca resistência à queima. Parecia existir na Alemanha da época uma espécie de anestesia geral diante do nazismo, poucos entendendo os enormes perigos que que se transfomariam, anos a seguir, contra as liberdades e a favor da morte indiscriminada e c rescente de opositores ou sismplesmente de pessoas que agradassem ao regime.
Editoras e distribuidoras reagiram com oportunismo, enquanto a burguesia tomou distância, passando a responsabilidade aos universitários. Também os outros países acompanharam a destruição de forma distanciada, chegando a minimizar a queima como resultado do "fanatismo estudantil".
Entre os poucos escritores que reconheceram o perigo e tomaram uma posição esteve Thomas Mann, que havia recebido o Nobel de Literatura em 1929. Em 1933, ele emigrou para a Suíça e, em 1939, para os Estados Unidos.