Ações terroristas sacudiram a França em 14 de Julho de 2016, quando milhares de pessoas participavam, em Nice, da histórica festa comemorativa à queda da Bastilha, o mais importante episódio da vida dos franceses. Em meio às festas, um caminhão conduzido por um terrorista-suicida percorreu cerca de dois quilômetros contra o público, atropelou diversas pessoas que assistiam à queima de fogos alusiva ao Dia da Bastilha, matando dezenas e ferindo outras pessoas.
O ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, afirmou que 84 pessoas morreram e 18 ficaram em estado de "emergência absoluta", consideradas em estado muito grave.
O presidente francês, François Hollande, disse que o atentado tem "caráter terrorista". O gabinete da Procuradoria de Paris abriu investigação para apurar se o ataque foi mesmo terrorismo. Seria o terceiro ataque terrorista no país em um ano e meio.
O ataque aconteceu no Promenade des Anglais (Passeio dos Ingleses), uma avenida à beira-mar, por volta das 22h30 (17h30 em Brasília). O procurador de Nice, Jean-Michel Prêtre, disse que o veículo percorreu 2 km entre a multidão.
O Ministério do Interior francês confirmou que o motorista foi morto. O caminhão estava cheio de armas e granadas. O jornal "Nice Matin" disse que um de seus repórteres estava no local acompanhando a celebração e relatou que as pessoas correram em várias direções. O clima foi de pânico, já que ninguém sabia se era um acidente ou se o motorista atingiu as pessoas deliberadamente. Várias delas entraram no mar para se proteger.
Algumas testemunhas dizem que a polícia atirou contra o motorista para tentar impedir os atropelamentos e que "ocupantes" do veículo também atiraram, sem precisar quantas pessoas estariam no caminhão. Fontes policiais disseram que o motorista era um franco-tunisiano de 31 anos morador de Nice, segundo a France Press. O documento de identidade dele foi encontrado no interior do veículo.
Táxis que estavam na região transportaram gratuitamente pessoas que tentavam deixar o local logo após o caminhão avançar sobre a multidão. A polícia montou um perímetro de isolamento e cercou o veículo. A prefeitura de Nice informou que a avenida permanecerá fechada no dia seguinte.
Um vídeo publicado no Twitter mostra um caminhão, que parece ser o que foi usado no atropelamento, acelerando em direção às pessoas.
O presidente francês François Hollande, que estava em Avignon (sudeste), voltou a Paris para chefiar o gabinete de crise montado no ministério do Interior na madrugada de quinta. "A França chorou, está ferida, mas é forte, e sempre será mais forte que os fanáticos que a atacaram hoje", disse.
O presidente francês disse que decidiu prolongar mais uma vez o estado de exceção, que entrou em vigor após os atentados de novembro de 2015 e seria encerrado em 26 de julho. A Operação Sentinela mobiliza dez mil militares, além de policiais. Ele ainda afirmou que vai fazer um chamado aos militares da reserva para auxiliar no policiamento do território francês e das fronteiras.