As celebrações da Revolução Francesa (Queda da Bastilha), que ocorrem nesta data em todo o território da França, nunca mais foram vividas com a intensidade da alegria e do orgulho inerentes à ao seu povo, desde que, em 14 de Julho de 2016, um ataque terrorista aconteceu na cidade de Nice, exatamente durante os festejos tradicionais, deixando 86 pessoas mortas e 458 feridas, dos quais cerca de 18 em estado muito grave. O atentado aconteceu quando um terrorista, dirigindo um caminhão, colocou o veículo em alta velocidade contra a multidão que ocupava as ruas da cidade francesa. O massacre aos franceses só foi interrompido quando a polícia conseguiu atirar e matar o motorista/terrorista.
A Revolução Francesa foi um período, entre 1789 e 1799, de intensa agitação política e social na França, que teve um impacto duradouro na história do país e, mais amplamente, em todo o continente europeu. A monarquia absolutista que tinha governado a nação durante séculos entrou em colapso em apenas três anos.
A sociedade francesa passou por uma transformação épica, quando privilégios feudais, aristocráticos e religiosos evaporaram-se sobre um ataque sustentado de grupos políticos radicais, das massas nas ruas e de camponeses na região rural do país. Antigos ideais da tradição e da hierarquia de monarcas, aristocratas e da Igreja Católica foram abruptamente derrubados pelos novos princípios de Liberté, Égalité, Fraternité.
As casas reais da Europa ficaram aterrorizadas com a revolução e iniciaram um movimento contrário que, até 1814, tinha restaurado a antiga monarquia, mas muitas reformas importantes tornaram-se permanentes. O mesmo aconteceu com os antagonismos entre os partidários e inimigos da revolução, que lutaram politicamente ao longo dos próximos dois séculos.
Embora a Revolução Francesa seja um orgulho para seu povo e um exemplo motivador de liberdade e fraternidade para a Europa, especialmente, mas também para o mundo, sempre existiram resquícios de inconformismo por parte da velha oligarquia ainda remanescente na nação. No caso desse atentado mortal de 14 de Julho de 2016, o Estado Islâmico, bastante presente em teritporio francês, reivindicou a autoria do atentado, confirmando que o condutor do caminhão "era um dos soldados" instruídos a cometer atentados terroristas contra países que participem de ações bélicas contra o grupo.
Por volta de 22h10 CEST (20h10 UTC), 30 minutos antes do incidente, um grande caminhão branco foi visto se aproximando da Promenade des Anglais. "Ele estava acelerando, freando, acelerando novamente e freando de novo. Nós achamos estranho", disse Laicia Baroi, uma testemunha ocular. O caminhão, em seguida, virou-se para o calçadão e virou a sudoeste.
Os fogos de artifício em comemoração ao Dia da Bastilha estavam terminando em torno de 22h40 CEST (20h40 UTC), quando o caminhão violou as barreiras de veículos opostas ao hospital infantil Lenval. Um motociclista tentou ultrapassar o caminhão e abrir a porta do lado do condutor, mas caiu sob as rodas do caminhão. Ao verem isto, dois policiais nas proximidades abriram fogo contra o caminhão.
Neste ponto, o motorista acelerou, dirigiu a nordeste e acelerou contra a multidão na avenida, em zigue-zague para acertar os pedestres. A polícia tentou pará-lo com tiros e o motorista atirou de volta contra eles, bem como para pessoas que estavam no meio da multidão. O motorista continuou a dirigir por 2 km, matando e ferindo pedestres. De acordo com uma testemunha ocular um indivíduo de "extraordinária coragem" foi capaz de lutar com o motorista do caminhão, distrai-lo e tirar a arma de fogo que ele portava, enquanto a polícia cercava o caminhão perto do hotel Palais de la Méditerranée. O veículo foi alvejado por tiros e o motorista foi morto.