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Naufrágio de navio deixa 1023 pessoas mortas no Canadá

Embora seja lembrado, o Titanic não foi o desastre que mais mortos causou.

Em 29 de maio de 1914, hoje decorridos 105 anos, 1.023 ocupantes de um navio morreram num dos mais trágicos acidentes navais em toda a história. O transatlântico RMS Empress of Ireland transportava 1.467 pessoas e afundou após chocar-se com o cargueiro norueguês Storstad, devido ao nevoeiro no estuário do Rio São Lourenço, no Canadá.

O “RMS Empress of Ireland” foi um transatlântico construído em 1905 pela Fairfield Shipbuilding and Engineering em Govan no Clyde na Escócia, para a Canadian Pacific Steamships (CP).

Crédito: Reprodução

A tragédia com o RMS Empress of Ireland dois anos após o naufrágio que se tornou o mais célebre da história, o do Titanic, que afundou depois de se chocar com um iceber, em 1912, deixando 1.517 mortos. Embora esse seja o acidente com navio mais lembrado da história, foco de um filme memorável, estrelado por Leonardo DiCaprio e Kate Winslet, o Titanic não foi o desastre que mais mortos causou.

O segundo segundo maior número de mortos foi registrado com o navio filipino “MV Dõna Paz, em 1987, que se chocou com o cargueiro MV Vector, deixando oficialmente 1.565 mortos.

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O Empress of Ireland zarpa no dia 28 de maio de 1914, por volta de 16h35, para mais uma de suas rotineiras viagens. Ele deixa o porto de Quebec com 1.467 pessoas a bordo (1057 passageiros e 410 membros da tripulação).

Era a sua 96ª travessia. Pouco depois de 1h20 da manhã, o piloto Adélard Bernier, incumbido de guiar o transatlântico na subida do rio Saint Laurent, desembarcou na altura de Pointe-au-Père, no rebocador Eureka.

À 1h55, a 4 milhas da costa, quase na altura da pequena cidade de Sainte-Luce, em pleno nevoeiro, o RMS Empress of Ireland é abalroado em seu centro pelo SS Storstad, um cargueiro norueguês que fazia rota para Montreal cheio de carvão. O Storstad penetrou cerca de 8 metros no interior do Empress, abrindo-lhe 4 metros do casco sob a linha de flutuação.

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James Croall, em seu livro 14 minutes, fornece uma precisão apavorante: a água penetrava no Empress no ritmo de 240.000 litros por segundo. A maioria dos passageiros dormia no momento da colisão.

Apesar do Empress possuir um número suficiente de botes e coletes salva-vidas, uma experiência adquirida nas companhias proprietárias de transatlânticos desde a tragédia com o naufrágio do Titanic, eles sequer tiveram tempo de acordar. Mais precisamente, a falta de tempo foi o principal vetor de suas mortes.

Em menos de 90 segundos, as duas caldeiras foram inundadas. Três minutos após o impacto, falta eletricidade a bordo.

Às 1h56, o RMS Empress of Ireland transmite a sua última mensagem telegráfica. O telegrafista Fergunson lança o seu pedido de socorro com um pé no chão da cabine e outro na parede, tal é a inclinação no navio. Por causa dessa inclinação, várias portas estanques não puderam ser fechadas e a água invade impiedosamente.

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Às 2h05, o Empress está inclinado do lado direito e as caldeiras explodem. São 2h09 da manhã de 29 de maio de 1914. 14 minutos se passaram entre a colisão com o Storstad e o momento em que as águas do Saint Laurent engoliram o Empress or Ireland, deixando-o a 50 metros de profundidade, após uma viagem de exatamente 9 horas e 42 minutos.

A extrema rapidez do naufrágio, comparativamente à do Titanic, foi um fator desfavorável aos passageiros que ainda não conheciam bem o navio no qual haviam embarcado havia apenas algumas horas.

As estatísticas são desoladoras: cerca de 80% dos passageiros e 41% dos membros da tripulação pereceram. Um balanço final de 1.023 mortos das 1.467 pessoas que estavam a bordo.

Outros grandes acidentes navais, que deixaram muitos mortos foram os seguintes:

MV Bukoba, em 1996. Era um navio de carga e passageiros e navegava pelo Lago Vitória, entre os portos de Bukoba e Mwanza, na Tazâmia, Afundou, deixando 894 mortos.

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MS Al-Salam Boccaccio 98, em 2006, fazia a travessia entre a Arábia Saudita e o Egito, pelo Mar Vermelho. Começou com um incêndio na casa de máquinas. O comandante conseguiu retornar ao porto, mas o navio adernou. Como não havia salva-vidas para os 1.400 a bordo, 1018 pessoas morreram.

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MS Estônia, em 1994 – O navio era um ferry que fazia a travessia entre Tallin, Capital da Estônia, para Estocolmo, na Suécia. O navio afundou a 22 milhas naúaticas da ilha de Uto, deixando 852 mortos.

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MV Le Joola, em 2002. Era um navio do governo de Senegal que transportava passageiros para a Capital, Dakar. Tinha capacidade para 580 passageiros, mas levava 1.927 pessoas a bordo. Morreram 1.863 pessoas e esse é considerado o maior acidente da história, em número de mortos, em navio de marinha não-militar.

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Bateau Mouche IV, em 1989, no Brasil. Era um antigo barco-gaiola a motor, que havia sido modificado, ganhando mais dois andares e um terraço. No ano Novo de 1989 saiu da Bahia da Guanabara, no Rio, com pessoas que assistiriam à queima de fogos. O barco encontrou ondas grandes e tombou. Dos 152 passageiros que estavam a bordo, 55 morreram.

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Costa Concordia, em 2012 – Embora não tenha sido um acidente marcante pelo número de mortos, ganhou bastante repercussão pelo fato de o navio pertencer a uma das maiores empresas de cruzeiros marítimos do mundo. Também, pelas circunstâncias em que o acidente ocorreu, por descaso e negligência do comandante. Dos 4.200 a bordo, 32 pessoas morreram.

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