Foi em 3 de Fevereiro de 2006, que um navio egípcio de passageiros, transportando mais de 1.400 pessoas afundou no Mar Vermelho, pouco depois de zarpar do porto de Duba, na Arábia Saudita, a 40 milhas do porto egípcio de Hurghada. Pelo menos 287 morreram, cerca de 200 foram resgatas com vida e mais de 900 seguiram desaparecidas, sem que seus corpos fossem encontrados.
Desde que helicópteros de resgate avistaram os corpos boiando nas imediações do lugar do naufrágio, às 00:00 UTC da quinta-feira quando foi perdido contato com o barco e sua imagem desapareceu das telas dos radares, várias pessoas foram retiradas das águas turbulentas do mar, onde existe uma presença muito grande dd tubarões.
O destino do navio era Safaga, ao sul do Egipto. Muitos dos passageiros eram peregrinos que retornavam de Meca. Segundo o ministro egípcio de transportes, o navio cumpria com as medidas de segurança necessárias e não superava o número máximo de passageiros permitido. Segundo o proprietário da companhia armadora, o barco tem 25 anos e estava registrado no Panamá.
10 grandes naufrágios da história
Os primeiros navios surgiram há cerca de cinco mil anos, eles foram construídos pelos egípcios, os quais registraram rotas pelo Rio Nilo e travessias pelo Mar Vermelho. A partir do século XV, surgiram as caravelas, uma grande evolução da construção naval, usadas pelos portugueses e espanhóis, edificando a época das Grandes Navegações.
No século XIX, as velas foram substituídas pelas caldeiras a vapor, e o casco dos navios, antes de madeira, passou a ser de ferro, permitindo a construção de embarcações maiores e mais resistentes. No século seguinte, a caldeira foi substituída pela turbina a vapor e pelo motor diesel, buscando sempre melhorar a capacidade de transportar carga ou homens e a navegabilidade da embarcação.
A evolução da engenharia naval é um desafio para o homem que busca aprimorar as embarcações, tornando-as capacitadas para melhor cumprir seus objetivos e diminuir os riscos de acidentes navais. Em alguns naufrágios que entraram para a história, de centenas a milhares de pessoas perderam suas vidas. Falaremos de 10 desses maiores naufrágios.
1- RMS Titanic
Número de mortos: 1517
No seu lançamento, o transatlântico Titanic era o maior do mundo. O gigante dos mares era protegido por um sistema inovador de portas a prova d’água e havia sido projetado para navegar com dois a quatro compartimentos inundados. Em sua viagem inaugural, transportando 2227 pessoas, o navio saiu de Southampton, Inglaterra, em direção à Nova Iorque, Estados Unidos. Na madrugada do dia 15 de Abril de 1912, o navio chocou-se com um iceberg e afundou, resultando na morte de 1517 pessoas.
2- RMS Empress of Ireland
Data do naufrágio: 29 de Maio de 19
Número de mortos: 1012
O RMS empress of Ireland foi construído em 1905 e tinha capacidade de navegar a 18 nós carregando 1530 passageiros. No dia 28 de Maio, o navio partiu de Quebec, Canadá, em direção a Liverpool, Inglaterra, com 1477 passageiros. Na madrugada do dia 29, em sua 96ª travessia, a embarcação colidiu com um cargueiro norueguês que seguia para Montreal, Canadá, cheio de carvão. O cargueiro não afundou, mas, infelizmente, o RMS Empress of Ireland não teve a mesma sorte, deixando 1012 mortos.
3- HMT Royal Edward
Número de mortos: 935
Durante a Primeira Guerra Mundial, o Royal Edward era responsável por transportar tropas britânicas. Em sua travessia pelo Mar Egeu, a embarcação foi atingida por torpedos alemães, perdendo energia e afundando a popa. A maior parte dos homens estava nas partes inferiores, o que explica número de mortos.
4- do naufrágio: 7 de Maio de 1915
Número de mortos: 1195
O Lusitânia era um navio de passageiros, lançado em 1907, e, até a construção do Titanic, sustentou o título de maior do mundo. No entanto, depois do início da Primeira Guerra Mundial, foi usado a serviço da Inglaterra. Em sua última viagem, partiu de Nova Iorque em direção a Liverpool. Durante sua travessia, cruzando uma zona de guerra, foi atingido por torpedos alemães. O navio afundou, deixando 1195 mortos.
5- SS Hong Moh
Número de mortos: 900 a 1000
No dia 02 de Março de 1921, o SS Hong Moh saiu de Hong Kong com destino a Swatow com aproximadamente 1.183 pessoas a bordo. No dia seguinte, o navio bateu em algumas rochas e, posteriormente, quebrou em duas partes. O mau tempo dificultou o resgate, e a demora diminuiu o número de sobreviventes, deixando por volta de 900 a 1000 mortos.
6- MV Doña Paz
Número de mortos: 1565 a mais de 4000
O MV Doña Paz era uma navio filipino que transportava, oficialmente, 1583 pessoas em sua última viagem, sobreviventes dizem que havia mais de 4000 pessoas a bordo. O navio colidiu com o MT Vector, um navio tanque que carregava milhares de barris de gasolina e petróleo. A colisão gerou um incêndio no Vector que se estendeu ao Doña Paz, fazendo com que os passageiros pulassem nas águas infestadas de tubarões.
7- MS Estonia
Número de mortos: 989
O navio carregava 1126 pessoas, e seu naufrágio foi um dos piores desastres da história da Estônia. O MS Estonia afundou no dia 28 de setembro de 1994, durante uma travessia de Tallinn para Estocolmo. Em 1997, uma investigação concluiu que os dispositivos de bloqueio das portas da proa cederam ao impacto das ondas e deixaram a água entrar no convés de veículos, provocando o afundamento.
8- MV Joola
Número de mortos: 1863
MV Joola era uma balsa governamental e transportava oficialmente 1927 pessoas em sua última viagem. A embarcação partiu durante uma tempestade e mar revolto, afundando ao largo da costa da Gâmbia.
9- MS Al Salam Boccaccio 98
Número de mortos: 1018
Em sua última viagem, a embarcação fazia a travessia no Mar Vermelho, entre a Arábia Saudita e o Egito, transportando cerca de 1400 pessoas. A balsa havia partido em condições de mau tempo e, durante a viagem, um incêndio iniciou-se na praça de máquinas. Ventos fortes e condições do tempo dificultaram o resgate.
10- MS Costa Concórdia
Número de mortos: 32
O Costa Concordia era um luxuoso cruzeiro, levava cerca de 4000 pessoas, quando partido do porto de Civitavecchia para uma viagem de sete dias. A embarcação teve sua rota desviada pelo capitão Franchesco Schettino, que admitiu, em depoimento, ter-se aproximado para saudar a ilha de Giglio, região da Toscana, navegando em rota de risco. A embarcação abalroou rochas sub-aquáticas e uma série de erros do comando do navio agravou a situação, deixando 32 mortos.