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Para não renunciar à presidência, Getúlio se mata com tiro no peito

Getúlio, que já havia governado o Brasil num período ditatorial, retornara à presidência da República através da aprovação pelo voto direto

O 24 de Agosto entrou para a história do Brasil como um dia fatídico, pois foi nesta data, em 1950, que o Presidente da República, Getúlio Vargas, tirou a própria vida, com umtiro no coração, nas dependências do Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, antiga capital do país.

Getúlio, que já havia governado o Brasil num período ditatorial, retornara à presidência da República através da aprovação pelo voto direto. Diferentemente dos quinze anos que já ocupara a cadeira de presidente, desta vez chegava ali de forma democrática e em um cenário completamente novo do encarado durante o Estado Novo. O Brasil era uma democracia e com ela vinham todos os trâmites e disputas políticas próprias do sistema.

O Congresso Nacional não era composto exclusivamente por aliados de Vargas, tendo em suas bancadas aqueles políticos que formavam uma oposição aos ideais nacionalistas do Presidente.

Para não renunciar à presidência, Getúlio se mata com tiro no peito - Foto: Reprodução

Ações de Vargas como, por exemplo, a criação da Petrobras em 1953 com a campanha “O Petróleo é nosso” desagradavam profundamente uma parcela importante do empresariado brasileiro, pois a ideia de uma empresa completamente Estatal não condizia com os rumos que esse setor pensava para a economia brasileira. Diante disso a oposição no Congresso se intensifica. Outra medida considerada populista pela oposição foi o aumento do salário mínimo em 100%, claramente também desagradou o setor empresarial.

Entre os opositores destaca-se a oposição da UDN (União Democrática Nacional), principalmente na figura de Carlos Lacerda, jornalista e político de grande influência, era a principal força contrária ao governo de Vargas. O posicionamento de Carlos Lacerda nos jornais buscava desestabilizar o governo com uma intensa ação.

A campanha de oposição ao governo de Vargas se intensifica após o evento que ficou conhecido como “Atentado da Rua Tonelero”. No dia 5 de Agosto de 1954 o jornalista Carlos Lacerda sofreu um atentado na rua em que morava. Seu segurança, um Major da Aeronáutica morreu e ele levou um ferimento no pé.

Carlos Lacerda ocupa a dianteira na denúncia à Vargas como mandante do atentado, e suas denúncias ganham corpo quando a polícia encontra indícios de que o homem de confiança de Vargas esteve na cena do crime. O “Anjo Negro” como era conhecido Gregório Fortunato assumiu que participou da ação contra Lacerda, o que colocou consequentemente Vargas na situação de mandante, o que nunca chegou a ser provado, pois a investigação encarou diversas incoerências.

Mas devido à morte de um oficial militar, as forças armadas se uniram aos opositores políticos de Vargas e com uma campanha forte buscavam que Vargas renunciasse ao cargo de presidente.

Em 24 de agosto do mesmo ano de 1954 depois de anunciar ao seu Vice, Café Filho, que renunciaria ao cargo, Vargas dá outro rumo à História. Enquanto seus opositores já comemoravam a noticia de que o Presidente eleito renunciaria, Vargas, em seu gabinete após escrever uma carta onde explicava os motivos de seu ato, desfere um tiro contra o peito que atinge seu coração. Ele que já havia dito anteriormente que não sairia do Palácio do Catete vivo, cumpre a promessa e “sai da vida para entrar na História”.

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