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Plano Collor confisca poupança e leva o Brasil a sua maior inflação

No dia seguinte, as contas bancárias e cadernetas de poupança em nome de brasileiros estavam zeradas

Foi no dia 16 de março de 1990 - um dia após ter tomado posse na Presidência da República - que o ex-Presidente Fernando Collor de Mello, deixou milhões de brasileiros estarrecidos, impactados, revoltados e impotentes, ao determinar o inédito e imediato confisco de contas bancárias e poupança de todos os brasileiros, por um período de 18 meses. O anúncio, feito na televisão, pegou o Brasil de surpresa. A Ministra Zélia Cardoso de Mello, que comandava a equipe econômica, fez o anúncio pela TV. No dia seguinte, as contas bancárias e cadernetas de poupança em nome de brasileiros estavam zeradas. Todos os saldos passavam para o Governo.

O confisco permitia, apenas, que as pessoas que tivessem depósitos à vista, pudessem, no dia seguinte, sacar o valor máximo de 50 mil cruzeiros. A parte excedente a esses 50 mil ficou depositada junto ao Banco Central sob a titularidade da pessoa física ou jurídica em forma de cruzados-novos. Todo o dinheiro restante depositado em bancos no país ou investido em aplicações financeiras ficou retido pelo governo, que prometeu restituí-lo em 12 parcelas. Ao mesmo tempo em que confiscava o dinheiro, o Plano Collor congelou os preços de bens e serviços e também os salários, ignorando a inflação daquele mês de março.

O pacote de decisões econômicas contidas nas 21 medidas provisórias anunciadas pelo governo Collor, conteve vários atos, desde o confisco, a mudança da moeda de cruzado-novo para cruzeiro, a extinção de órgãos públicos, a redução dos ministérios de 23 para 12, entre outros. O pretexto para tamanho sequestro monetário era acabar com a inflação em apenas um golpe. A inflação na época alcançava 80 por cento ao mês, o que impedia qualquer planejamento financeiro. Quando Fernando Collor caiu da Presidência, depois de sofrer processo de impeachment, a inflação era de 1.119% no ano.

Ao deixar o povo e as empresas praticamente sem dinheiro, o Plano Collor jogou a economia brasileira na mais brutal recessão da história, a partir no ano de 1990, quando ele tomou posse.

Não possível esquecer que Collor o plano destrutivo de Collor, que confiscou contas correntes e poupanças, levou muitas empresas à falência, motivou a morte de muitos pais e mães de família aposentados, mas contou com apoio do Congresso e até do Judiciário, tudo em nome de um discurso de que Collor tinha a “força do povo”, trazida das eleições que o fizeram o primeiro Presidente eleito após o golpe militar de 1964.

Parlamentares e membros do judiciário, que apoiaram as medidas, sustentavam que esse apoio decorria da legitimidade da eleição presidencial.

Em 1992, Collor, por outros motivos, foi processado por crime de responsabilidade pelo Congresso. Julgado, foi impedido de exercer a Presidência da República. O ex-presidente saiu do Governo com uma inflação de mais de mil por cento naquele ano. Isso prova que suas medidas foram ineficazes, despropositadas e cruelmente nefastas para o povo.

O governo de Itamar Franco que o sucede, também sofre com a inflação galopante. Mas é Itamar, em conjunto com a equipe econômica, liderada pelo ministro Fernando Henrique Cardoso, que faz a transição para uma nova moeda, o real, que seria mais eficiente no combate à inflação.

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