O desabamento de uma ponte pênsil sobre o salto de Sete Quedas, no Paraná, em 17 de Janeiro de 1982, decorridos hoje 38 anos, provoca a morte de 32 pessoas. Cerca de mil turistas ficam isolados e foram resgatados por helicópteros.
Guaíra virava notícia nacional e, por que não dizer, mundial. O rompimento de cabos de aço da passarela do salto 14 das Sete Quedas causou a morte de 32 turistas, engolidos pelas águas em meio às rochas do Rio Paraná. A beleza dava lugar ao luto. No mesmo ano, nove meses depois, um dos maiores atrativos naturais da região oeste do Paraná, ao lado das Cataratas do Iguaçu, era engolido pelo reservatório de Itaipu.
O complexo de quedas era um dos maiores em volume de água, atraindo turistas de várias partes do Brasil e do mundo. Naquela época, o Município de Guaíra contava com 60 mil habitantes, despontando como uma das forças regionais do Paraná. Hoje, essa população caiu pela metade. A criação do reservatório para impulsionar a geração de energia elétrica por parte da Itaipu também encobriu o sonho dos moradores que iniciaram um processo de migração para outros estados, reduzindo a população de Guaíra e o aquecimento do comércio que até então dependia do movimento gerado pelo turismo. Até hoje, a população sente saudades das quedas.
Quanto ao acidente, a perícia constatou na época a falta de manutenção das pontes e o excesso de peso sobre a passarela, que teria ocasionado o rompimento dos cabos e a morte dessas pessoas.
As Sete Quedas foram as maiores cachoeiras do mundo em volume de água, com vazão 13.300 metros cúbicos por segundo. Moradores relatam que o som emitido pelas quedas podia ser ouvido a quilômetros de distância. As Sete Quedas eram formadas, na verdade, por 19 saltos. Em períodos de longa estiagem, algumas rochas surgem, trazendo à memória da população os momentos de alegria e de tristeza vividos no local.