Em 26 de Fevereiro de 1616, há exatos 405 anos, a cúpula do catolicismo romado decidiu formalmente que o gênio Galileu Galilei fosse banido pela Igreja Católica, por ensinar ou defender a visão de que a Terra orbita o Sol. Para azar de Galileu,suas descobertas científicas pisaram nos calos de uma Igreja Católica insegura e paranoica, que tentava se reerguer do baque provocado pela Reforma Protestante. O resultado foi a condenação do gênio, um marco negativo das relações entre ciência e religião. Esse é o mais notável marco da ignorância e do negacionismo, conceitos que prosperaram sempre, sobretudo nas religiões, em contraposição à ciência, e que têm grande sustentação nos dias atuais.
Galileu descobrira que o planeta Vênus apresenta fases, como as da lua, e esta observação o levou a concluir que o planeta gira em torno do Sol, como afirmava o astrônomo Nicolau Copérnico em sua teoria heliocêntrica.
Com isso, ele passou a defender e divulgar a teoria de Copérnico, de que a Terra, assim como os demais planetas, se move ao redor do Sol. Estas ideias foram apresentadas em sua obra Diálogos sobre os Dois Grandes Sistemas do Mundo, publicado em 1632.
A publicação dessa obra foi condenada pela Igreja. Em 1633, a Santa Inquisição prendeu e julgou Galileu por heresia.
Para evitar que fosse queimado vivo, Galileu Galilei se viu obrigado a renegar suas ideias através de uma confissão, lida em voz alta perante o Santo Conselho da Igreja.
Em 1616 a Inquisição declarou o heliocentrismo como formalmente herético. Os livros heliocêntricos foram banidos e Galileu recebeu ordens para abster-se de manter, ensinar ou defender ideias heliocêntricas
Galileu passou a propor uma teoria das marés em 1616 e dos cometas em 1619; ele argumentou que as marés eram evidências para o movimento da Terra. Em 1632 Galileu, agora um homem de idade avançada, publicou seu Diálogo sobre os Dois Principais Sistemas do Mundo, que implicitamente defendia o heliocentrismo e era imensamente popular. Respondendo a uma controvérsia crescente sobre teologia, astronomia e filosofia, a Inquisição Romana julgou Galileu em 1633 e o acusou de "suspeito veementemente de heresia", condenando-o a prisão indefinida. Galileu foi mantido em prisão perpétua domiciliar até sua morte em 1642.
Foi somente em 31 de Outubro de 1992, decorridos 350 anos da morte do gênio Galileu Galilei, o papa João Paulo II reconheceu os enganos cometidos pelo tribunal eclesiástico que condenou Galileu Galilei à prisão. Galileu não dependia dessa absolvição para receber o galardão dos maiores nomes da história, mas o ato simbólico buscou corrigir uma das mais históricas injustiças cometidas pela igreja.