No dia 20 de Novembro do ano 1695, Zumbi, o herói negro que liderou o Quilombo dos Palmares - a maior organização de resistência negra que existiu na América Latina, na Serra da Barriga, situada no hoje município de União dos Palmares-, foi morto e decapitado pelo capitão Furtado de Mendonça, a mando de Domingos Jorge Velho, e sua cabeça foi levada para Recife, onde ficou exposta em praça pública.
Este símbolo do combate à escravidão, guerreiro incansável na luta pela libertação dos escravos negros que serviam de força de trabalho para os colonizadores portugueses e holandeses, construiu e liderou o Quilombo, no atual Estado de Alagoas, para transformá-lo num mais expressivo marco da resistência na América Latina, sofrendo permanente perseguição de expedições organizadas pelos colonizadores brancos.
O Quilombo foi destruído em 1694 e seu líder, Zumbi, foi morto no ano seguinte em uma emboscada. Zumbi tinha apenas 40 anos de idade ao ser morto e degolado.
O Quilombo dos Palmares foi o maior quilombo que existiu na América Latina. Teve início no final do século XVI, no território da capitania de Pernambuco, mais precisamente em uma região em que hoje está localizado o estado de Alagoas. O quilombo foi formado por escravos que tinham fugido de engenhos da região de Pernambuco e que escolheram a região da Serra da Barriga, na zona da mata de Alagoas.
O primeiro registro conhecido que faz menção ao Quilombo dos Palmares remonta a 1597, embora existam algumas teorias que sustentam que o quilombo já existia antes disso. Com o tempo, Palmares cresceu, tornou-se famoso, servindo de inspiração para outros escravos resistirem e fugirem. Chegou a contar com cerca de 20 mil habitantes.
Foi chamado de Quilombo dos Palmares, porque foi construído em uma região que possuía um grande número de palmeiras e essas árvores possuíam inúmeras utilidades, pois fornecia alimento aos quilombolas e suas folhas eram usadas para fazer o telhado dos casebres que eram construídos.
O significado que Zumbi dos Palmares constitui para a luta contra a escravidão e todas as batalhas subsequentes para o reconhecimento da igualdade é tanto, que uma Lei sancionada pela então presidente do Brasil, Dilma Roussef, de 10 de novembro de 2011 (Lei nº 12.519), estabeleceu que 20 de Novembro, a partir de então, seja considerado o Dia Nacional da Consciência Negra, numa referência direta a data em que o líder negro foi assassinado.
Por sua vez, o 20 de novembro passou a ser feriado estadual em várias unidades da Federação, através de leis estaduais de autoria de governos locais. Assim é no Rio de Janeiro, Mato Grosso, Alagoas, Amazonas, Amapá. Em São Paulo é feriado na Capital e em mais 122 municípios.
A importância da data está no reconhecimento dos descendentes africanos na constituição e na construção da sociedade brasileira.
Popularmente chamado de Zumbi dos Palmares, ele foi o último dos líderes do Quilombo dos Palmares, localizado no atual estado de Alagoas durante o período colonial.
Filho de africanos escravizados e nascido nesse quilombo, Zumbi foi educado por um sacerdote e depois retornou ao seu local de nascimento. Ali, lutou para que o quilombo não fosse destruído pelos colonizadores que consideravam um perigo aquela reunião de negros libertos.
O quilombo possuía estrutura de poder, de administração e de trabalho próprios. Para garantir sua sobrevivência, mantinham contato frequente com pequenos colonos e pequenas aldeias da região, com o objetivo de realizar a troca de mercadorias. Por ser um símbolo de resistência para os escravos, Palmares incentivou, direta e indiretamente, a fuga e a rebelião de escravos na região e, por isso, era encarado como uma grande ameaça pelos colonizadores.
A importância desta data, além da reverência ao líder negro, serve como oportunidade para que podem ser abordados, nesse dia, termas significativos e ainda reinantes no Brasil, como o racismo, a discriminação, a desigualdade social, a exclusão do negro na sociedade, além de questões de religião e cultura afro-brasileiras, dentre outros.