Há exatos 38 anos, com a posse de José Sarney na Presidência do país, tem fim um dos mais longos e tumultuados períodos de exceção política da história do Brasil e se inicia o que ficou chamado de a Nova República.
Sarney fora recentemente eleito vice-Presidente da República, compondo a chapa do Presidente eleito Tancredo Neves.
Impedido de assumir o mandato em virtude de doença que o acometeu, Tancredo Neves foi hospitalizado antes da posse e morreria dia 21 de Abril. Sarney, que assumiu interinamente o comando do país, ficou permanente no cargo.
Naquele dia 15 de março de 1985, com a doença do presidente eleito Tancredo Neves, que havia derrotado o candidato dos militares, Paulo Maluf, no Colégio Eleitoral, o ex-governador maranhense tornava-se o primeiro presidente civil do Brasil, após quase 21 anos do golpe militar de 31 de março de 1964.
A Nova República, ou sexta República, é marcada pela redemocratização política do Brasil, depois de mais de 20 anos de um governo caracterizado pela repressão política, que se iniciou com a deposição do presidente João Goulart em 1964. Em janeiro de 1985, a chapa da Aliança Democrática, formada pelo ex-governador de Minas Gerais Tancredo Neves e pelo senador José Sarney, ambos do PMDB, vence, em eleição indireta no Colégio Eleitoral, a disputa pela Presidência da República.
Na véspera da posse, no dia 14 de março, Tancredo passa mal e é internado com sintomas de apendicite. Com a hospitalização de Tancredo, o vice-presidente eleito José Sarney é empossado na manhã de 15 de março. O então presidente da República, João Figueiredo, deixa o palácio do governo sem passar o comando do país e a faixa presidencial para José Sarney. Figueiredo recusou-se a entregar a faixa após ser alertado de que Sarney assumira como substituto de Tancredo, e não como sucessor de Figueiredo.