Foi no dia 24 de julho de 1972, na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, que entrou em funcionamento o primeiro computador projetado e construído no Brasil, um pequeno aparelho com apenas oito bits, e que recebeu o apelido insólito de “Patinho Feio”.Se fosse comparado aos modernos computadores de hoje em dia, o primero modelo brasileiro pode-se dizer que era uma verdadeira “carroça”. Atualmente, qualquer computador pessoal vem com uma capacidade média que varia de sessenta e quatro a cento e vinte e oito bits.
O grupo da Escola Politécnica da USP responsável pelo projeto Patinho Feio investiu três anos em estudos e pesquisas. E o resultado do projeto levou a um desfecho desejado pelos profissionais da área; a assinatura de um contrato de milhões de dólares entre a Escola Politécnica e a Marinha. O governo queria um computador feito em solo nacional que pudesse substituir os que equipavam fragatas compradas da Inglaterra.
“Patinho Feio”, esse marco da história da computação brasileira, primeiro minicomputador digital nacional, encontra-se exposto logo no corredor de entrada, próxima às salas da direção da Diretoria da Escola Politécnica (Poli). Antonio Hélio Guerra Vieira, um dos participantes do projeto, revelou que o computador tinha menos capacidade de memória do que uma simples máquina de calcular da atualidade. Ganhou o apelido Patinho Feio em alusão ao navio veleiro “Cisne Branco” – uma embarcação da Marinha do Brasil, que exerce funções diplomáticas e de relações-públicas.
O projeto para projetar e construir o “Patinho Feio” chegou a envolver cerca de sessenta engenheiros de diversas áreas, e resultou e resultou, com sucesso, o primeiro computador documentado e com estrutura de computação clássica, desenvolvido no Brasil. A ideia foi concebida como trabalho final de um curso de pós-graduação ministrado, em 1971, no Laboratório de Sistemas Digitais (LSD) do então Departamento de Engenharia Elétrica da Poli, é hoje apontado como o marco inicial do desenvolvimento da indústria digital brasileira.