O incêndio que ontem tomou conta da Catedral de Notre-Dame, em Paris, praticamente destruindo um dos mais afamados e relevantes patrimônios religiosos da humanidade, ativa na memória das pessoas os grandes sinistros dessa natureza que, ao longo da história, têm causado destruição e provocado a morte de milhares de pessoas.
Assim, cabe relembrar os principais acontecimentos registrados no Brasil e no mundo, muitos deles colados à nossa memória pela grandiosidade com que ocorreram e pelas marcas demolidoras que o fogo deixou na sua marcha incontrolável.
Grand Circo Norte-Americano
No Brasil, o incêndio que mais vítimas fatais gerou e que se transformou na maior catástrofe da nossa história, foi o que consumiu o Gran Circo Norte-Americano, na cidade de Niterói, Rio de Janeiro, no ano de 1961. O circo se encontrava com suas arquibancadas lotadas, quando o incêndio começou, matando 500 pessoas. Foi um incêndio criminoso, conforme as investigações apuraram. O principal acusado, Adilson Alves, fora contratado para ajudar na montagem da lona do picadeiro. Desentendeu-se com o dono do circo e prometeu vingança, juntou-se a dois comparsas, usaram gasolina e atearam fogo no circo.
A Destruição de Roma
No mundo, o mais clássico dos incêndios foi o que praticamente destruiu a cidade de Roma, na Itália, começando na noite de 18 de julho do ano de 64, prolongando-se por mais seis dias. O incêndio foi ordenado por Nero, o Imperador, que teria a intenção de destruir a cidade para implantar uma arquitetura mais majestosa. Iniciado ao redor do Circo Má
Em Tóquio, 142 mil pessoas mortas
Ainda no plano internacional, registra-se o incêndio monumental que tomou conta da cidade de Tóquio, no Japão, no ano de 1923. Após ter sido nivelada por um terremoto, a cidade foi devastada por um incêndio que varreu os escombros. O resultado desse incêndio fora de qualquer comparativo, foi um número de mortos estimado em 142 mil pessoas.
Considerando-se que os ataques ao Japão, durante a Segunda Guerra Mundial, foram feitos através de bombas incendiárias, estes podem ser assim registrados, também, como incêndio de proporções alarmantes, pois calcula-se que morreram entre 75 mil a 200 mil pessoas.
A tragédia de Halifax
Uma explosão catastrófica pouco conhecida e divulgada, foi a que ocorreu em Halifax, na Nova Escócia, no ano de 1917, em plena Primeira Guerra Mundial. NO dia 06 de dezembro, o navio de carga Mont-Blanc, carregado com munições com destino à Guerra na Europa, colidiu com um cargueiro norueguês nos estreitos do porto de Halifax e pegou fogo, causando uma explosão tão poderosa que provocou um tsunami no porto e uma onda de pressão que destruiu tudo pela frente, matando 2 mil pessoas e deixando 9 mil feridos.
Os Incêndios de Londres
A cidade de Londres, Capital da Inglaterra, ficou marcada por dois incêndios de grandes proporções. O primeiro correu no remoto ano de 1666, deixando um rastro de destruição e afetando a vida dos cidadãos não apenas na cidade mas em toda a Inglaterra. O número de mortos foi pequeno, apenas dezesseis pessoas. Mas os danos materiais, a destruição de moradias, foi algo impressionante. No ano de 1912, Londres volta a ser palco da força do fogo. Desta vez, além dos enormes danos materiais, cerca de 3 mil pessoas morreram e milhares ficaram feridas.
Grande incêndio de Chicago
No ano de 1871, registrado como um dos mais secos da história de Chicago, o fogo matou 300 pessoas e deixou 90 mil desabrigados, além de um prejuízo de 200 milhões de dólares. "O Grande Incêndio de Chicago" começou com a queda de um lampião em um estábulo e foi propagado pelo vento.
O Sismo de São Francisco
São Francisco, na Califórnia, foi atingida por um terrível terremoto em 18 de abril de 1906. Além de destruir diversos edifícios, os tremores causaram um dano ainda maior: derrubaram postes da rede elétrica, romperam tubulações de gás e quebraram lampiões de querosene, causando um dos maiores incêndios de que se tem notícia: o fogo consumiu a cidade por 3 dias. Como o encanamento também foi danificado, os bombeiros começaram a derrubar alguns prédios na tentativa de conter as chamas; no total, 250 mil pessoas ficaram desabrigadas. Embora os números oficiais afirmem que 478 morreram na tragédia, historiadores garantem que o número real está próximo de 3 mil.
Os incêndios em São Paulo
No ano de 1972, um grande incêndio abalou a cidade de São Paulo, destruindo o Edifício Andraus, um prédio de 32 andares, matando 16 pessoas e deixando 330 feridos. Um incêndio começou numa placa de letreiros luminosos que exibia publicidade. As explosões abalaram a estrutura do prédio.
Em 1974, dois anos depois, outro incêndio tomou conta do Edifício Joelma, um prédio de 25 andares. Foram mortas 188 pessoas e 345 ficaram feridas.
Incêndio na Boate Kiss
Na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, na noite de 27 de janeiro de 2013, um incêndio causado por condições precárias de segurança do prédio matou 242 pessoas e deixou 680 feridos. A maioria das vítimas era formada por jovens que se divertiam na comemoração de faculdades.
Incêndio no Canecão Mineiro
No ano de 2001, em Belo Horizonte, Minas, centenas de pessoas participavam de um show, quando começou um incêndio causado pela queima de fogos. Sete pessoas morreram e mais de 300 ficaram feridas.
175 mortos em boate em Buenos Aires
Em 2004, um incêndio em uma boate de Buenos Aires (Argentina) matou 175 pessoas e deixou 619 feridos. O fogo começou quando alguns freqüentadores do local soltaram rojões em direção ao teto. Muitos tentaram sair pelas portas de emergência, mas a casa as mantinha fechadas para evitar que pessoas saíssem sem pagar.
Museu Nacional, no Rio
O incêndio mais recente e de maior impacto ocorrido no Brasil, foi o que atingiu, o Museu Nacional do Rio de Janeiro, patrimônio que acabara de completar 200 anos de idade. Em 2 de setembro, um incêndio terrível transformou tudo em pó. Vinte milhões de peças, itens de grande valor para a história, pesquisa e cultura, viraram chamas. O episódio especial do Explorer Investigation vai explorar os momentos da jornada de nossos personagens que irão através de seus relatos remontar às principais áreas do museu, descrevendo suas descobertas científicas, mapeando seus procedimentos científicos e tentando entender o que foi perdido no Incêndio do Museu Nacional.