A cidade de Salvador, capital do Estado da Bahia, e primeira Capital do Brasil, completa hoje 470 anos de fundação, que ocorreu em 29 de março de 1549, por Thomé de Souza. A cidade foi criada para ser a capital da Colônia, permanecendo 214 anos nessa condição, até 1763.
Salvador era considerada uma cidade mais moderna e equipada, mas a descoberta do ouro e o consequente risco de contrabando, fez a Coroa optar por uma capital mais perto das áreas de mineração.
O ouro fora descoberto pelas expedições chamadas de “entradas e bandeiras” entre 1709 e 1720, no interior da Capitania de São Paulo, Planalto Central e Montanhas Alterosas, sendo estas desmembradas como Minas Gerais e Goiás.
Assim, Salvador perde sua condição para a cidade do Rio de Janeiro, esta estrategicamente mais próxima de Minas Gerais e também de São Paulo.
Mas, Salvador ficou com uma herança cultural inigualável e é hoje uma das principais cidades brasileiras, palco das mais agitadas festas populares, geradora de muitos ritmos, dos trios elétricos, de um carnaval famoso, ostentando uma mestiçagem de raças sem comparativos no Brasil, habitada por povos de diferentes etnias, que a transformam de fato num patrimônio mundial como centro da cultura afro-brasileira.
Esses atributos fazem com que Salvador conecte os residentes da cidade e os turistas nacionais ou estrangeiros com o Brasil colonial, seja por intermédio da cultura popular ou, de forma mais visível, por meio de sua arquitetura – expressa pelas ruas e vielas com centenas de casarões daquela época.
O centro histórico de Salvador, localizado no Pelourinho, é reconhecido pela arquitetura portuguesa em monumentos históricos, como igrejas, casarões e museus, que datam do século 18 até início do século 20. O bairro histórico foi declarado como Patrimônio da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
Além dos seus encantos arquitetônicos e culturais, Salvador possui uma culinária peculiar, mesclando receitas típicas com ingredientes indígenas, africanos e portugueses, que levam à mesa delícias como bobó, muqueca e caruru, sempre condimentados com azeite-de-dendê.
Salvador é, também, um universo de crenças, que se manifestam desde o século 17. De um lado, a religião católica, de outro o candomblé ( de origem africana). A cidade é conhecida por seu sincretismo religioso, em que o catolicismo convive harmoniosamente com o candomblé.
Não bastasse isso, Salvador detém cerca de 80 quilômetros de belas praias, distribuídas entre a a Cidade Alta e a Cidade Baixa, desde Inema, no subúrbio ferroviário, até a Praia do Flamengo, do outro lado da cidade.
As praias da capital baiana, diferentemente do Rio de Janeiro, são calmas e de águas quentes, ideais para a prática de natação, vela, mergulho e pesca submarina, bastante procuradas por surfistas, devido a enseadas de mar com ondas fortes.
Um dos pontos altos das comemorações pelo aniversário de Salvador será o Concerto Internacional Salvador 470 Anos, que acontece nesta sexta-feira (29), em um palco montado no Farol da Barra, a partir de 19h. Ao todo, nove artistas vão revezar o microfone em apresentações gratuitas, justamente no dia oficial do aniversário da cidade.
O show é uma parceria com o Festival da Língua Portuguesa (Fespo) e terá a presença dos portugueses António Zambujo e Ana Moura e do angolano Paulo Flores. Além disso, vão se apresentar os baianos Saulo, Daniela Mercury, Márcia Short, Carla Cristina, Márcia Freire e Magary Lord. Inédito, o espetáculo, que integra o Festival da Cidade, foi produzido especialmente para a data.