Em 19 de Agosto de 2003, há exatos 19 anos, o diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Mello, alto-comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, foi morto durante um atentado terrorista ao Hotel Canal, que era usado como sede da ONU em Bagdá, no Iraque. O atentado se deu com a explosão provocada por um caminhão-bomba.
Além do diplomata brasileiro, outras 22 pessoas foram mortas e cerca de 150 pessoas ficaram feridas no ataque - o mais violento realizado contra uma missão civil das Nações Unidas até então. Abu Musab al-Zarqawi, chefe da organização terrorista Al Qaeda, assumiu a responsabilidade pelo atentado. Segundo os autores do ataque, o diplomata Sérgio Vieira de Mello foi assassinado porque ele era um "cruzado" que teria ajudado a extrair uma parte (o Timor Leste) do país muçulmano da Indonésia. O atentado provocou a retirada dos funcionários estrangeiros da ONU do território iraquiano
Sérgio Vieira de Mello chegara a Bagdá em Maio daquele ano, na qualidade de representante especial no Iraque do secretário-geral da ONU, Kofi Annan.
Por sua postura humanista e profissional e pela defesa da democracia, Sérgio Vieira de Mello era tido como referência mundial no tema dos direitos humanos.
Nascido no Rio de Janeiro em 1948, tornou-se funcionário das Nações Unidas em 1969, atuando, na maior parte do tempo, no Alto-comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur). Serviu em ações humanitárias e de manutenção da paz em Bangladesh, Sudão, Chipre, Moçambique e Peru.
Entre 1991 e 1996 foi designado enviado especial do alto-comissário ao Camboja, sendo o único representante da ONU a dialogar com o Khmer Vermelho — partido comunista que implantara um regime de terror ao governar o país, de 1975 a 1979.
Em 1996 foi designado como assistente do Acnur, antes de ser enviado para Nova York, em janeiro de 1998, como secretário-geral-adjunto para Assuntos Humanitários das Nações Unidas.
Ao ser nomeado, em 12 de setembro de 2002, alto-comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Sérgio Vieira de Mello tornara-se o primeiro brasileiro a ocupar o mais alto escalão da ONU.
Investigadores americanos apuraram denúncias de que seguranças que trabalhavam na sede da ONU em Bagdá teriam participado da organização do atentado de terça-feira no local.
Uma autoridade dos Estados Unidos disse que os guardas foram escolhidos para a função durante o regime de Saddam Hussein e ainda mantêm contato com os agora extintos serviços de inteligência iraquianos.
Depois da guerra e da queda de Saddam, a ONU continuou a empregar os mesmos guardas – que, antes, ajudavam o governo de Bagdá a monitorar as atividades dos inspetores internacionais de armas.
O atentado teria sido realizado com um caminhão carregado com explosivos, que foi conduzido para perto da janela do escritório do brasileiro Sérgio Vieira de Mello, representante especial da ONU no Iraque.