No dia 31 de maio de 1970 ocorreu na região andina do Peru o mais devastador dos terremotos, confirmando o histórico desses episódios sísmicos no país, quando um abalo de 7,5 graus na escala Richter causou gigantescas destruições e provocou a morte de 75 mil pessoas. Foi um das mais gigantescas tragédias naturais em todos os tempos em todo o planeta.
A história de terremotos no Peru está registrada no encontro das duas placas Nazca e Placa Sul-Americana e é longa e trágica. Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos, os anais de registros peruanos avançam 400 anos, até 1553. O abalo mais violento antes de 1970 atingiu Lima em 1746, quando pelo menos 5.000 pessoas morreram, a maioria pelo tsunami resultante do tremor. Por conta disso, até hoje há um festival anual no Peru, e as pessoas se vestem de roxo durante o mês de outubro em memória a esse evento.
Cortesía USGS
Terremotos como o que acaba de acontecer no Peru são uma ameaça constante naquela região. A costa oeste da América do Sul marca justamente a divisão entre duas placas tectônicas: sob o oceano, há a placa de Nazca, que avança contra a placa Sul-americana, onde está o continente.
São justamente esses movimentos de desgaste e acomodação das placas tectônicas que provocam a maioria dos tremores de terra que ocorrem ao redor do globo. Regiões como o Japão, a Califórnia e o sudeste asiático estão o tempo todo sujeitas a esses estresses - daí a maior ocorrência de abalos sísmicos nessas regiões.
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As placas tectônicas foram primeiro propostas teoricamente pelo alemão Alfred Weneger, em 1915, para explicar como os continentes estavam em sua atual configuração, separados, mas pareciam se juntar como se fossem um quebra-cabeças (note no mapa-múndi como a costa sul-americana se encaixa perfeitamente na costa africana).
O Terremoto 1970 Ancash (Também conhecido como o Grande terremoto peruano) Ocorreu no 31 Maio da costa do Peru no Oceano Pacífico em 15: 23: hora local do 29. Combinado com um derramamento de terra resultante, foi o pior desastre natural catastrófico na história do Peru. Devido às grandes quantidades de neve e gelo incluídas no deslizamento de terra e suas baixas 66,794 70,000 estimadas, também é considerada a avalanche mais mortal do mundo.
O terremoto submarino ocorreu num domingo à tarde e durou cerca de 45 segundos. O choque afetou as regiões peruanas de Ancash e La Libertad. O epicentro localizou 35 km (22 mi) ao largo da costa de Casma e Chimbote no Oceano Pacífico, onde a Placa Nazca está sendo subduzida pela Placa sul-americana. Tinha um momento de magnitude de 7.9 e um MMI máximo de VIII (Severo).
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O terremoto afetou uma área de cerca de 83,000 km², uma área maior do que a Bélgica e os Países Baixos combinados, na costa norte central e na Serra (Highlands) da região de Ancash e no sul da região de La Libertad, conforme relatórios de danos e acidentes de Tumbes para Pisco e Iquitos no leste. Cenas de danos e pânico foram relatadas em inúmeras partes partes do Equador. Os tremores também se sentiram no oeste e no centro do Brasil.
Foi um desastre de todo o sistema, impactando uma área tão generalizada que a infra-estrutura regional de comunicação, comércio e transporte foi destruída. Perdas econômicas superaram meio bilhão de dólares. Cidades, cidades, aldeias, bem como as residências, indústrias, edifícios públicos, escolas, eletricidade, água, instalações sanitárias e de comunicações sobre eles foram gravemente danificadas ou destruídas.
As áreas atingidas eram as comunidades e cidades costeiras de Chimbote (a maior cidade de Ancash), Casma, Supe e Huarmey; Mas o vale andino conhecido como o Callejón de Huaylas sofreu o dano mais intenso e arrebatador, com a capital regional, Huaraz, assim como Caraz e Aija sendo parcialmente destruídos. Trujillo, a terceira maior cidade do país, e Huarmey sofreram danos menores.
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Em Chimbote, Carhuaz e Recuay, cerca 80% para 90% de edifícios foram destruídos, afetando cerca de 3 milhões de pessoas.
A rodovia pan-americana também foi danificada, o que dificultou a chegada da ajuda humanitária. O gerador de hidroeletricidade Cañón del Pato foi danificado pelo rio Santa e a linha ferroviária que conecta Chimbote com o Vale do Santa foi deixada inutilizável em 60% de sua rota.
Região do Peru é vítima histórica de tremores.