O dia 24 de maio de 1964 - decorridos hoje 55 anos-, está marcado na história pela ocorrência da maior tragédia ocorrido num estádio de futebol em todo o mundo. As seleções de Argentina e Peru se enfrentavam no Estádio Municipal de Lima, com suas arquibancadas lotadas por mais de 47 mil torcedores. Quando o juiz uruguaio Ángel Eduardo Pazos anulou um gol marcado pela seleção do Peru, que perdia de 1 a zero para os argentinos, um torcedor invadiu o campo para agredir o árbitro. O gol anulado foi aos 39 minutos do segundo tempo.
A polícia, inicialmente, prendera o invasor, mas não pode conter os dezenas de outros torcedores que, revoltados com o juiz, invadiram o campo da mesma forma.
Aí, a polícia agiu com despreparo e violência, lançando bombas de gás lacrimogênio contra os torcedores.
O tumulto se generalizou e o resultado foi trágico: 328 pessoas perderam a vida e cerca de 1 mil ficaram feridas.
O jogo era válido pelo Torneio Pré-Olímpico, para os Jogos Olímpicos de Tóquio, e era considerado vital para a seleção do Peru, que ocupava o segundo lugar na tabela de classificação da Conmebol, e enfrentaria um jogo difícil na sequência, pegando a seleção brasileira.
A capacidade do estádio era de 53 mil pessoas, estando praticamente lotado.
O papel da polícia foi crucial para a dimensão da tragédia. Os policiais, além do uso indiscriminado de bombas de gás lacrimogênio, também fizeram disparos para o ar e jogaram os cães contra os torcedores, provocando pânico. A maioria das mortes foi por esmagamento e asfixia, já que a multidão em fuga encontrou os portões de saída do estádio fechados. Sem conseguir fugir da polícia e. ao mesmo tempo, diante de grades de ferro fechadas, as pessoas eram pisoteadas.
A maioria dos mortos era formada por crianças e mulheres.
O número oficial dos que morreram é 328, mas isto pode estar subestimado. De 1964 até os dias de hoje, esse número é 13 vezes superior aos que morreram no incêndio de Hilsborough. Após o incidente, foi tomada a decisão de reduzir a capacidade do estádio, de 53 para 42 mil pessoas.