Oitenta pessoas morreram e pelo menos 147 ficaram feridas com o descarrilamento de um trem de alta velocidade do serviço Alvia, que liga Madrid à cidade galega de Ferrol, na Espanha. O grave acidente aconteceu no dia 24 de Julho de 2013, a apenas três quilômetros da estação ferroviária de Santiago de Compostela, um dos lugares mais visitados daquele país.
O número de pessoas que viajavam no trem era de 222 (218 passageiros e quatro membros da tripulação), 80 morreram e 147 ficaram feridas. Todos foram atingidos com maior o menor gravidade e ainda 5 pessoas que se encontravam no solo também ficaram feridas.
Relatórios técnicos não oficiais afirmam que o trem viajava a uma velocidade que era o dobro do limite imposto para a curva onde descarrilou.
O acidente aconteceu na véspera do Dia Nacional da Galiza (dia do Apóstolo Santiago), tendo os festejos sido cancelados. Como consequência desta tragédia a Junta da Galiza (governo autônomo) decretou sete dias de luto.
Em número de vítimas, foi o terceiro mais grave acidente da história ferroviária em Espanha e o primeiro com mortes nas linhas de alta velocidade do país.
A viagem já decorria de forma anormal desde que a composição saiu de Ourense. O chamado sistema de travagem “homem morto”, que é acionado quando o maquinista passa algum tempo sem utilizar nenhum comando, foi ativado duas vezes antes do acidente.
O comboio de alta velocidade Alvia, ainda antes do acidente, por duas vezes que foi travado de 110 km/h por hora para 48 km/h através do sistema “homem morto”.
O comboio saiu da estação de Ourense às 20h05 de dia 24 de Julho e entre as 20h08 e as 20h12, enquanto Francisco José Garzón acionava vários dispositivos técnicos, ficou conversando na cabine com outra pessoa. Essa outra pessoa era o maquinista que deixou de estar nos comandos em Ourense, Javier Illanes. Nessa altura surgiu um aviso de uma avaria no sistema de ar condicionado e Illanes foi ver o que se passava, não voltando a ter contato com Garzón até à hora do acidente.
Às 20h15 o sistema de “homem morto”, criado para prevenir situações em que o maquinista sofre algum súbito problema de saúde, foi ativado pela primeira vez e o comboio viu a velocidade reduzida de 110 quilómetros por hora para 48, já que o maquinista nada fez para parar o sinal sonoro e não deu indicações para mostrar que estava nos comandos. A cada 30 segundos o maquinista, conforme o comboio, deve por exemplo carregar num botão que assinala que está operacional.
Um minuto e 44 segundos depois acontece o mesmo e o comboio passa de 109 para 86 quilómetros por hora. Em alguns comboios, explica o El País, o sistema de “homem morto” para totalmente o comboio, mas no Alvia o maquinista consegue que a composição retome logo a velocidade. Contudo, no relatório a Renfe diz estranhar a proximidade da atuação do sistema, sobretudo se o maquinista recuperou velocidade, e que os passageiros não tenham sentido o abrandamento brusco.[7]
O balanço final de vítimas é de 80 mortos e 147 feridos. As conclusões da Comissão de Investigação de Acidentes Ferroviários, reveladas em 4 de junho de 2014, indicaram que o descarrilamento do comboio deveu-se à velocidade da composição e à distração do maquinista.
Além da velocidade, a comissão considera ser uma causa adicional a falta de atenção do maquinista, que não usou o travão de forma adequada para reduzir a velocidade antes da entrada na curva.
No relatório os técnicos consideram que o telefonema para o seu celular, que se prolongou durante 100 segundos, foi excessivo e contribuiu para a distração do maquinista. Durante esse período, o comboio percorreu 5540 metros em que o maquinista "não realizou parte da sua atividade normal de condução". O maquinista apenas respondeu 6000 metros antes do início da curva, o que impediu de iniciar a travagem no momento oportuno.