A BR Distribuidora foi privatizada ontem com a venda de ações que pertenciam à Petrobras em oferta na bolsa de valores de São Paulo. Os papéis foram vendidos a R$ 24,50, movimentando R$ 8,56 bilhões, incluído lote adicional. Excluído 1,65% de custos sobre o valor da operação, o restante seguirá direto para o caixa da estatal. As informações são do Valor.
Resta ainda um lote suplementar — cuja venda ficará a critério dos bancos coordenadores da oferta e tem prazo mais dilatado —, que poderá elevar o montante total a R$ 9,63 bilhões. Com essa operação, o volume de vendas de participações acionárias detidas por estatais em bolsa desde outubro já atinge R$ 32 bilhões.
A Petrobras detinha 71,25% da distribuidora e, com a venda do lote suplementar, pode ficar com 37,5%. Assim, a BR, que é líder no mercado de combustíveis e lubrificantes, deixa de ser uma empresa de controle estatal e passa a ser uma companhia de capital privado pulverizado em bolsa.
A desestatização da distribuidora terá efeito imediato na liquidez de suas ações — já que, até agora, somente 28,75% dos papéis estavam circulação. Com a oferta, o percentual de ações em circulação vai duplicar.
Ontem pela manhã, os bancos coordenadores tinham contabilizado demanda três vezes maior que a oferta para a ação ao preço de R$ 24, segundo fontes ouvidas pelo Valor. As instituições, então, aumentaram um pouco o valor, para os R$ 24,50.
Grandes gestoras brasileiras independentes e ligadas a bancos compraram ações, segundo fontes do mercado. Entre elas, SPX Capital, Truxt, XP Asset e os bancos Itaú e Safra. Também houve participação de investidores estrangeiros.
Esta foi a maior oferta de ações do ano, seguida da operação recém-concluída do IRB Brasil RE, em julho, que movimentou R$ 7,4 bilhões. Foi também a maior oferta de ações desde abril de 2015, conforme os dados da B3. Naquele mês, a Telefônica movimentou R$ 16,1 bilhões.
Os novos acionistas da companhia indicarão futuros nomes para o conselho de administração. Até agora, como controladora, a Petrobras indicava a maioria dos membros do conselho da BR e havia ainda um conselheiro indicado pelo Ministério da Economia e outro, pelos funcionários.