Apesar do notável crescimento na produção industrial relacionada às commodities nos últimos anos, o Brasil enfrenta desafios significativos, acumulando déficits constantes na balança comercial de manufaturados. Em 2022, esse déficit atingiu a marca de US$ 128 bilhões, e as projeções indicam aproximadamente US$ 115 bilhões para o ano de 2023.
Silvia Matos, coordenadora do Boletim Macro do Ibre-FGV, destaca que, embora tenha havido avanços em setores como alimentos, siderurgia e petróleo, resultando na criação de empregos, o país ainda lida com obstáculos para sua reindustrialização.
"A persistência de políticas inadequadas, estabelecidas no passado e que perduram, representa um desafio. Além disso, a escassez de capital humano e o custo elevado para investimentos, devido ao desequilíbrio fiscal que culmina em taxas de juros elevadas, também contribuem para essa dificuldade", afirma Matos.
Embora haja um aumento na renda em áreas próximas ao agronegócio e à indústria petrolífera, Matos ressalta que esse impacto acaba sendo mais expressivo no setor de serviços. Esse setor, por sua vez, emprega uma grande parcela de trabalhadores com baixa qualificação, muitos deles informais e com salários mais baixos.
A complexidade da reindustrialização no Brasil é apontada como resultado não apenas de desafios econômicos, mas também de questões estruturais e políticas, evidenciando a necessidade de estratégias integradas e reformas abrangentes para impulsionar a indústria nacional.
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