A companhia aérea norte-americana Delta Airlines anunciou nesta quinta-feira (26) um acordo para comprar 20% da Latam por US$ 1,9 bilhão. Em comunicado, a Delta informou que fará uma oferta pública a US$ 16 por ação da Latam.
O negócio foi anunciado como uma parceria estratégica que combina as forças das companhias aéreas líderes das Américas do Norte e Latina. O acordo, que será financiado pela Delta com emissão recente de dívida e recursos em caixa, marca o maior investimento da companhia aérea norte-americana desde sua fusão com a Northwest Airlines, uma década atrás, segundo a Reuters.
"Essa parceria com a Latam vai unir nossas marcas globais, nos permitindo oferecer o melhor serviço e confiança aos viajantes, de, para e através das Américas", afirmou no comunicado o presidente da Delta, Ed Bastian.
"Eu acho que é uma grande adição", disse o executivo.
Além da compra das ações, o acordo também prevê que a Delta vai investir US$ 350 milhões para apoiar a criação da parceria estratégica e a saída da empresa latino-americana da aliança Oneworld, da qual faz parte desde 2000 – junto com a American Airways, concorrente da nova parceira.
A Delta também deverá adquirir quatro aviões A350 da Latam, e assumir o compromisso da Latam de comprar outras dez aeronaves do mesmo modelo, a serem entregues entre 2020 e 2025.
A oferta e a parceria estratégica estão sujeitas a condições de fechamento e a aprovações governamentais e regulatórias. Mas Delta e Latam poderão começar operações de code share antes de receberem aprovações governamentais para a aliança, processo que Bastian afirmou que espera que leve entre 12 e 24 meses.
A Delta possui uma participação de 9,4% na Gol, da qual poderá se desfazer. Também tem interesses na Aeromexico, Air France KLM, ChinaEastern, Virgin Atlantic e Korean Air Lines. A empresa norte-americana também vinha negociando a compra de uma participação de 10% na Alitalia. Bastian disse que esta operação não muda com o acordo com a Latam.
Mudança na lei
Até o fim do ano passado, a participação de empresas estrangeiras em companhias aéreas brasileiras era limitada, por lei, a 20%. Uma medida provisória editada pelo então presidente Michel Temer derrubou essa restrição e abriu totalmente as aéreas ao capital externo.