As informações são do Valor Econômico
Cerca de um ano após colocar os funcionários em home office, o RH da IBM no Brasil avalia que precisou aprender e reimaginar processos para garantir o engajamento. A forma e o conteúdo da comunicação da presidência foram revistas, as rodas de conversa (virtuais) entre profissionais tornaram-se mais frequentes, o cafezinho que ocorria na copa do escritório entrou na agenda on-line e o RH foi ouvir ativamente o que as pessoas estavam estavam demandando receber de orientação. Mas o principal pilar de ação foi o treinamento da liderança.
"A liderança é fundamental para o engajamento, e com a pandemia e o trabalho remoto precisou se reinventar. Treinamos novas formas de liderar e para que os executivos entreguem o que nosso público espera", disse Christiane Berlinck, vice-presidente de Recursos Humanos da IBM Brasil e América Latina, em entrevista a editora do Valor, Stela Campos. Stela Campos. Em live realizada nesta terça-feira, na série "RH 4.0", a executiva disse que os profissionais, de forma geral, esperam que seus líderes sejam mais humanos, tenham "mais empatia e gerem maior confiança". É essa liderança que, principalmente à distância, consegue se conectar mais com os profissionais do outro lado da tela. "Que é capaz de de entender as fragilidades e as fortalezas deles", afirmou.
A executiva avalia que a pandemia levou à uma transformação cultural em todas as organizações e que a "nova liderança digital", em contraponto à uma liderança analógica (mais presencial), precisa repensar a forma de se comunicar e de se conectar. No caso da presidência da multinacional, Christiane diz que a roda de conversa trimestral foi aberta a todos da companhia (antes, era fechada entre a alta liderança), o que exigiu não só repensar o formato, mas a mensagem a ser transmitida. "E os funcionários querem saber da presidência sobre estratégia, visão de negócio, responsabilidade social, o que a empresa faz pelo mundo e ecossistema e como nosso negócio está inserido dentro do ambiente do Brasil". A adesão à roda de conversa com a presidência no país fez a IBM levar o formato e modelo para outras operações na América Latina.
Nas rodas de conversa entre funcionários, um dos segredos para aumentar o engajamento virtual e não tornar aquilo mais um compromisso on-line foi incluir temas com alta demanda interna para diálogo: alimentação saudável, saúde mental e cuidados com os filhos em casa e sem aulas. A plataforma para reconhecimento virtual foi divulgada mais amplamente o que permitiu maior interação e troca, diz a executiva. Todas as ações para aumentar o engajamento virtual, segundo Christiane, partiram de uma escuta ativa do RH com funcionários, times e executivos - e foram orientadas e medidas com uso intensivo de dados. A executiva defende que as ações criadas não têm a pretensão de atingir todo o público da ("vão atrair quem está interessado, naquele momento") e que há múltiplas formas de engajar as pessoas. O desafio da área, daqui para frente, é entender como garantir que as mensagens e símbolos que sustentam a cultura de uma empresa permeiem toda a organização, principalmente no trabalho remoto e híbrido.