A segunda-feira (9) foi um dia de muita tensão entre investidores mundo afora, com mercados globais varridos por uma onda de aversão ao risco diante do colapso dos preços do petróleo e de temores econômicos relacionados ao coronavírus. O dólar comercial fechou em alta de 1,97%, a R$ 4,726 na venda. Este é o maior valor nominal (sem considerar a inflação) de fechamento desde a criação do Plano Real.
Apesar de uma suspensão temporária pela manhã, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou com forte queda de 12,17%, aos 86.067,20 pontos —mesmo nível de dezembro de 2018, antes de Jair Bolsonaro assumir a Presidência. É a maior queda percentual diária desde setembro de 1998, ano marcado pela crise financeira russa. As ações da Petrobras lideraram as perdas, com um tombo de quase 30%.
DIA DE TENSÃO
O principal índice da bolsa de valores brasileira, a B3, desabou 12,16% logo na abertura desta segunda-feira (9), atingindo mínimas em mais de 1 ano, o que provocou a interrupção das negociações (circuit breaker), em dia de tensão generalizada nos mercados globais após o tombo preços do petróleo adicionar mais um componente de turbulência, elevando os temores de uma recessão global.
Às 16h40, o Ibovespa caía 12,26%, a 86.009 pontos, menor patamar intradia desde 28 de dezembro de 2018, quando o índice chegou a 85.469 pontos.
No ano, o Ibovespa passa a acumular queda de 23%.
Às 10h32, o índice registrou queda de 10,02%, recuando a 88.178 pontos, quando as negociações foram interrompidas por 30 minutos.
Já o dólar opera em alta nesta segunda, chegando a bater pela 1ª vez R$ 4,79.
Pela regra da B3, quando a queda passa de 10% é acionado automaticamente o circuit breaker, mecanismo que interrompe as negociações de papeis por 30 minutos. A última vez que o mecanismo tinha sido acionado na bolsa brasileira foi no dia 18 de maio de 2017, em meio às denúncias do dono da JBS contra o presidente Michel Temer.
Numa mesma sessão, o circuit breaker só é acionado pela segunda vez se a queda chegar a 15%. Nesse caso, a paralisação é de 1 hora.
Petrobras perde mais de R$ 67 bi em valor de mercado
Entre os maiores tombos do dia, as ações da Petrobras desabavam mais de 23%, acompanhando o tombo da cotação do petróleo. Mais cedo, os papéis da estatal chegaram a cair quase 25%.
Segundo dados da Economatica, a petroleira perdeu em poucas horas mais de R$ 67 bilhões em valor de mercado. Por volta das 13h, a estatal estava avaliada na B3 em R$ 239,5 bilhões, contra um valor de R$ 306,9 bilhões no fechamento dos mercados na sexta-feira (6).
Até então, a maior perda de valor de mercado em um dia na história da companhia foi a registrada no dia 24 de maio de 2018, quando a petroleira perdeu R$ 47,2 bilhões, em meio à greve dos caminhoneiros e críticas à política de preços de combustíveis da companhia que culminaram na saída de Pedro Parente da presidência da Petrobras.
Os preços do petróleo, desabaram mais de 30% nesta segunda-feira, para perto de US$ 30, na maior queda diária desde a Guerra do Golfo (1990 e 1991), atingindo mínimas que não eram registradas desde fevereiro de 2016.
Na sexta-fera, o Ibovespa fechou em queda de 4,14%, a 97.966 pontos – menor patamar de fechamento desde 27 de agosto, acumulando queda de 15,28% no ano.
Dia de tensão nos mercados
Na Europa, as principais bolsas operam em queda em torno de 7%, acumulando perda em torno de 20% no mês de março.
Nos Estados Unidos, as negociações também foram suspensas em Wall Street por 15 minutos na abertura, depois que o S&P 500 desabou 7%.
De acordo com o gestor Werner Roger, sócio-fundador da Trígono Capital, muitos investidores reagem em situação de pânico, mas ainda não se pode dizer nada sobre a duração ou intensidade do estresse experimentado pelos mercados. "Cada dia surge um fato novo. Pode sair um fato novo positivo que reverte tudo, ou outro que piora mais ainda", afirmou à Reuters.
Fracasso de acordo entre Opep e Rússia e guerra de preços
O tombo das bolsas e dos preços do petróleo veio após a decisão da Arábia Saudita de cortar o valor de venda do barril e indicar o início de uma guerra de preços entre os grandes produtores, na esteira do fracasso das negociações entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e a Rússia sobre o tamanho da produção da commodity.
A Rússia se opôs à proposta de cortes mais profundos na produção sugeridos pelos países da Opep e disse nesta segunda-feira que o país poderia suportar preços do petróleo de entre US$ 25 e US$ 30 o barril por um período de entre seis e dez anos.
Com o derretimento generalizado das bolsas, os mercados passaram a temer uma crise da economia real, à medida que a epidemia de coronavírus afeta as cadeias de produção de todo o planeta, obriga o cancelamento de voos e de eventos profissionais e provoca a queda do turismo.
Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), a demanda mundial de petróleo deve cair este ano, pela primeira vez desde 2009, devido à epidemia do novo coronavírus.
Fracasso de acordo entre Opep e Rússia e guerra de preços
O tombo das bolsas e dos preços do petróleo veio após a decisão da Arábia Saudita de cortar o valor de venda do barril e indicar o início de uma guerra de preços entre os grandes produtores, na esteira do fracasso das negociações entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e a Rússia sobre o tamanho da produção da commodity.
A Rússia se opôs à proposta de cortes mais profundos na produção sugeridos pelos países da Opep e disse nesta segunda-feira que o país poderia suportar preços do petróleo de entre US$ 25 e US$ 30 o barril por um período de entre seis e dez anos.
Com o derretimento generalizado das bolsas, os mercados passaram a temer uma crise da economia real, à medida que a epidemia de coronavírus afeta as cadeias de produção de todo o planeta, obriga o cancelamento de voos e de eventos profissionais e provoca a queda do turismo.
Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), a demanda mundial de petróleo deve cair este ano, pela primeira vez desde 2009, devido à epidemia do novo coronavírus.