O dono do Grupo Bitcoin Banco (GBB), Claudio Oliveira, conhecido como "rei do bitcoin", é alvo de nova ação de sequestro de bens nesta quarta-feira (21). É a terceira vez que a Justiça tenta confiscar bens do empresário, alvo de mais de cem processos judiciais movidos por clientes que não conseguem fazer saques de suas contas. Ontem, Oliveira teve o passaporte retido. (Por: Uol)
A ação de hoje ocorre na chácara do empresário, em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba (PR), e faz parte do processo movido pelo advogado Gustavo Bonini Guedes, que representa clientes com cerca de R$ 13 milhões a receber da empresa. O valor total devido pelo grupo, segundo Guedes, gira em torno de R$ 70 milhões, mas não é possível saber o montante exato, porque muitos processos correm em segredo de Justiça.
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O empresário e o Bitcoin Banco não comentaram a ação. Em nota, a empresa informou que tem estado à disposição de seus clientes e da Justiça.
Na terça-feira (20), oficiais de Justiça foram a uma das casas do empresário, no bairro Campo Comprido, na capital paranaense, mas não o encontraram. Na semana passada, quando ocorreu a primeira tentativa de sequestro de bens para pagamento das dívidas, Oliveira informou que pagaria parte do do que deve nesta semana, o que não ocorreu, segundo o advogado Gustavo Bonini Guedes.
Na terça-feira, a Polícia Militar do Paraná cumpriu mandado de busca e apreensão na sede da empresa, expedido pela 17ª Vara Cível da capital paranaense. A ação faz parte de um processo movido por duas clientes do banco, com valor de causa de R$ 1,45 milhão. À tarde, ainda na terça-feira, a Justiça do Paraná reteve o passaporte de Oliveira.
O empresário e a empresa não se manifestaram sobre o confisco do passaporte. Em um grupo de mensagens, clientes relataram que um advogado do Banco Bitcoin informou que Oliveira deve ir ao exterior para uma "repatriação de recursos para uma possível solução da crise instalada".
Desde o início dos problemas na plataforma, Oliveira tem-se pronunciado em grupos do WhatsApp e Telegram que reúnem clientes do banco. Ele afirmou que irá sanar todas as pendências.
Em um dos áudios, divulgado neste mês, o empresário afirmou que reconhece a situação e disse trabalhar para resolvê-la. Disse, ainda, que os problemas estão maiores por causa dos clientes que entraram na Justiça.
Na semana passada, clientes do grupo, que tem mais de 20 mil usuários, segundo a Folha, fizeram uma manifestação na sede da empresa, na região central da capital paranaense.
A crise da empresa começou em maio, quando usuários começaram a ter problemas para fazer saques na plataforma.
A empresa alega que foi vítima de uma ação criminosa pela qual, valendo-se de uma brecha na plataforma de negociação de bitcoins da empresa, um grupo de clientes duplicou os saldos de suas contas e efetuou saques indevidos, de dinheiro que não existia. O golpe teria envolvido R$ 50 milhões.