A expectativa de um aumento dos juros mais intenso nos Estados Unidos teve impacto extra nas novas empresas de tecnologia e fez o valor de mercado do Nubank cair abaixo do valor do Itaú. Assim, o Nubank perdeu o posto de banco mais valioso da América Latina. A fintech terminou a sexta-feira, 14, avaliada em US$ 37,4 bilhões, enquanto o maior banco privado do Brasi, o Itaú Unibanco l valia US$ 39,5 bilhões. Quando abriu capital, em dezembro, o Nubank foi avaliado em US$ 42 bilhões.
Neste começo de 2022, o banco digital, que fez uma das maiores aberturas de capital nos Estados Unidos no ano passado, vê sua ação cair 13,4%. Comparativamente, os papéis do Itaú negociados na mesma Bolsa de Nova York sobem 13,3% no período. Os do Bradesco (que tem valor de mercado de US$ 32,9 bilhões), têm alta 10,2%.
Entre as fintechs, empresas de pagamentos e de tecnologia nos EUA, a corretora digital Robinhood cede 15%, a Toast perde 25% e a Affirm tem queda de 31%.
O movimento é geral. O índice de empresas de tecnologia Nasdaq já cai quase 5% este ano, enquanto os bancos como Goldman Sachs, JPMorgan, Citi e Morgan Stanley passaram a prever elevação de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) já em março, seguida de mais três altas até dezembro. De zero, o juro dos EUA deve ir para 2% ou 2,5%, tornando mais caro o custo de capital para as empresas. E as de tecnologia são as que mais precisam de dinheiro.